Folha de S. Paulo


Conselho da Petrobras aprova venda da BR com controle compartilhado

Após analisar três propostas de compra de sua subsidiária BR Distribuidora, a Petrobras decidiu alterar o modelo de venda da companhia, um dos principais ativos de seu plano de desinvestimento.

O novo modelo prevê o compartilhamento do controle da companhia com novos sócios, conforme a Folha antecipou.

A decisão foi tomada após a análise de três propostas por fatia minoritária da companhia, que não atenderam aos interesses da estatal, segundo nota distribuída nesta sexta (22).

"Recebemos em junho três ofertas, sendo que duas delas foram para controle compartilhado. A única empresa que ofereceu a opção de participação minoritária também colocou o interesse em compartilhar o controle", contou a gerente executiva de Aquisições e Desenvolvimentos da companhia, Anelise Quintão Lara.

O modelo aprovado nesta sexta pelo conselho de administração da estatal prevê o lançamento de duas classes de ações da subsidiária: preferenciais (sem direito a voto) e ordinárias (com direito a voto). Será vendida uma fatia de 51% do capital votante.

A ideia é que a estatal seja majoritária no capital total, para ficar com uma fatia maior dos lucros da distribuidora.

"A gente acredita que esse modelo vai possibilitar uma maior criação de valor para a empresa", disse Lara, que classificou a BR como a "joia da coroa" entre os ativos da Petrobras à venda.

Ela frisou que o modelo pode ser repetido em outras transações do plano de investimentos da Petrobras, conforme adiantou à Folha o presidente da companhia, Pedro Parente, em entrevista na semana passada. Segundo ele, o objetivo é manter a Petrobras uma empresa verticalizada, com participação em todos os elos da cadeia do petróleo.

Lara disse esperar que as propostas pela BR sejam feitas até dezembro, mas admitiu que a mudança no modelo de venda deve adiar o fechamento da operação para 2017.

Ela ressaltou, porém, que a Petrobras mantém a meta de vender US$ 14,4 bilhões em ativos este ano, alegando que os preços do petróleo mais altos e a melhora no cenário macroeconômico estão ajudando a atrair novos interessados.

COMPERJ

O conselho de administração da Petrobras aprovou também a continuação das obras da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e de instalações do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj).

Neste último, serão retomadas as obras da unidade de processamento de gás natural, necessária para escoar a produção do pré-sal. As licitações serão iniciadas em breve, informou o diretor de Desenvolvimento da Produção e de Tecnologia da empresa, Roberto Moro.


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