As vendas de imóveis novos em São Paulo caíram 50,7% em maio na comparação com o mesmo mês do ano passado, para 1.059 unidades, mostram dados do Secovi-SP (Sindicato da Habitação) divulgados nesta quinta-feira (14). Já os lançamentos recuaram 52,9% em relação a maio de 2015, para 1.166 unidades, segundo a Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio).
Os dados mostram que persiste a tendência de queda nas vendas de imóveis novos na capital paulista. Em relação a abril, houve recuo de 10,4%. No acumulado dos cinco primeiros meses do ano, a queda foi de 27,9% na comparação com o mesmo período de 2015, para 5.097 unidades.
Segundo o Secovi-SP, o total vendido neste ano é o menor registrado pela pesquisa. A média dos acumulados de janeiro a maio entre 2004 e 2015 foi de 10.500 unidades.
No caso dos lançamentos na capital paulista, houve aumento de 67,77% ante abril. Mas quando se compara o acumulado até maio, a queda foi de 55,2% —de 7.935 unidades para 3.553—, a menor quantidade desde 2004.
Apesar dos dados ruins, o presidente do Secovi-SP, Flavio Amary, vê um problema conjuntural, e não estrutural, no setor imobiliário. "A expectativa é que a conjuntura econômica e o mercado imobiliário tenham alcançado o ponto mais baixo", afirma.
"Agora, diante das perspectivas de melhoria implantadas pelo novo governo federal, como aquelas para sanear o deficit público e o controle da inflação, percebemos a retomada gradativa da confiança dos consumidores e empresários", complementa.
Emilio Kallas, vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos do Secovi-SP, afirma que a produção imobiliária pode não acompanhar a evolução do consumo nos próximos anos, levando a uma situação parecida com a de 2010, "com queda da oferta final de unidades não vendidas, o chamado estoque, resultando em aumento dos preços dos imóveis."
As vendas e lançamentos em maio foram liderados por imóveis com preços entre R$ 225 mil e R$ 500 mil.