Folha de S. Paulo


Recuo de 4% do petróleo pressiona mercados; Bolsa cai e dólar sobe

Zanone Fraissat - 03.set.2015/Folhapress
O dólar tem desempenho misto no cenário mundial, em dia de maior cautela nos mercados

Após as fortes altas nos últimos dias, os mercados globais operam em baixa nesta quarta-feira (13). O recuo de mais de 4% do petróleo, com o inesperado aumento dos estoques norte-americanos de gasolina, influencia os negócios.

Os estoques de gasolina nos Estados Unidos subiram 1,21 milhão de barris na semana passada, contra estimativas de declínio de 1 milhão de barris.

No Brasil, o clima também é de cautela. O Ibovespa opera em baixa, e o dólar sobe, influenciado ainda por mais uma ação do BC no câmbio.

No cenário doméstico, os investidores estão de olho na eleição do novo presidente da Câmara dos Deputados. São 17 candidatos, e o governo do presidente interino tentará um nome de consenso até o último momento. O preferido de Temer e seus aliados é o deputado Rogério Rosso (PSD-DF).

O pleito é acompanhado com atenção do mercado, que aguarda a definição de um presidente alinhado com o governo para dar andamento a projetos importantes.

CÂMBIO E JUROS

A moeda americana à vista subia há pouco 0,72%, a R$ 3,2982, enquanto o dólar comercial ganhava 0,03%, a R$ 3,2990. Nesta manhã, o Banco Central realizou mais um leilão de swap cambial reverso, equivalente à compra futura de dólares, no montante de US$ 500 milhões.

Analistas repercutem também a entrevista do presidente do BC, Ilan Goldfajn, ao jornal britânico "Financial Times", na qual afirma que pretende zerar o estoque de swap cambial tradicional (correspondente à venda futura de dólares), atualmente em US$ 58,635 bilhões.

No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 caía de 13,875% para 13,850%, e o contrato de DI para janeiro de 2021 recuava de 12,090% para 12,060%.

O CDS (credit default swap) brasileiro, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, perdia 0,21%, aos 294,765 pontos.

BOLSA

O Ibovespa recuava há pouco 0,92%, aos 53.758,41 pontos.

As ações da Petrobras perdiam 3,84%, a R$ 10,24 (PN), e 5,04%, a R$ 12,62 (ON), seguindo o recuo do petróleo no mercado internacional.

O petróleo Brent, negociado em Londres, caía 4,58%, a US$ 46,25 o barril; o petróleo tipo WTI, negociado em Nova York, perdia 4,17%, a US$ 44,86 o barril.

Os papéis PNA da Vale perdiam 2,57%, a R$ 13,61, e os ON, -3,33%, a R$ 17,12, influenciados pelo recuo do minério de ferro na China.

No setor financeiro, Itaú Unibanco PN ganhava 0,21%; Bradesco PN, -0,11%; Banco do Brasil ON, -0,16%; Santander unit, -0,26%; e BM&FBovespa ON, +1,01%.

EXTERIOR

Na Bolsa de Nova York, o índice S&P 500 perdia 0,15%; o Dow Jones, -0,16%; e o Nasdaq, -0,38%.

Na Europa, a Bolsa de Londres subia 0,24%; Paris, +0,25%; Frankfurt, -0,33%; Madri, -0,03%; e Milão, -1,02%.

Os investidores aguardam o anúncio de novos estímulos monetários pelos bancos centrais. As expectativas se concentram em torno da reunião do Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês), que pode anunciar nesta quinta-feira (14) um corte nas taxas de juros.

Na Ásia, as Bolsas chinesas fecharam em alta nesta quarta-feira. Os investidores apostam em mais estímulos fiscais e monetários do BC chinês neste segundo semestre. O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, subiu 0,3%, enquanto o índice de Xangai avançou 0,36%.

Em Tóquio, o índice Nikkei avançou 0,84%, também à espera de estímulos econômicos pelo banco central japonês.


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