Folha de S. Paulo


Petrobras anuncia nova captação para alongar dívida

A Petrobras anunciou nesta quinta-feira (7) nova captação com o objetivo de alongar o prazo de vencimento de dívidas. A empresa espera levantar pelo menos US$ 2 bilhões.

A operação segue o modelo adotado na captação realizada em maio, na qual a companhia lançou US$ 6,75 bilhões em títulos com vencimentos em 2021 e 2026. Os recursos foram usados para recomprar US$ 6 bilhões em dívidas que venciam entre 2017 e 2019.

Na ocasião, a demanda pelos títulos foi bem superior à oferta. Mas os papéis foram precificados com os juros mais altos já pagos pela estatal em emissões de títulos internacionais: 8,375% na série com vencimento em cinco anos e 8,750% na série que vence em 10 anos.

Agora, a Petrobras espera recomprar US$ 2 bilhões em títulos também com vencimento entre 2017 e 2019. Caso o apetite dos investidores seja superior a esse valor, os recursos excedentes serão usados para "fins corporativos gerais", conforme nota distribuída pela companhia.

A captação será feita por meio da reabertura do lançamento dos títulos negociados em maio. Assim como naquela operação, a empresa trocará dívida mais barata de curto prazo por dívida mais cara com vencimento depois de 2020.

Com uma dívida de US$ 126 bilhões, segundo o último balanço publicado, a Petrobras está pressionada pelo elevado volume de vencimentos entre 2017 e 2020.

A agência de classificação de risco Fitch atribuiu rating BB, de grau especulativo, à emissão. Embora diga que a estatal tem hoje "robusta posição de caixa", a agência ainda vê riscos associados ao risco soberano.

"Os ratings da Petrobras continuam refletindo seu estreito vínculo com o rating soberano do Brasil, devido ao controle da companhia pelo governo federal e à sua importância estratégica para o país", diz a Fitch, em nota distribuída nesta quinta.

Além disso, dizem os analistas da agência, o governo vem contribuindo com a empresa ao permitir a manutenção de preços dos combustíveis em patamares superiores às cotações internacionais e com linhas de crédito de bancos estatais.

"Na ausência de suporte implícito e explícito do governo, os indicadores de crédito da Petrobras não seriam compatíveis com o rating atribuído à companhia".

A Ficth diz que, mantido o cenário atual, o caixa da empresa, de US$ 22,6 bilhões, está adequado aos compromissos de curto prazo da companhia.


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