Folha de S. Paulo


BC europeu vê impacto 'significativo' do Brexit sobre a zona do euro

O BCE (Banco Central Europeu) avalia que a decisão do Reino Unido de sair da União Europeia seria uma grande fonte de incerteza do ponto de vista econômico e poderia ter reflexos significativos, embora difíceis de antecipar, sobre a zona do euro.

A ponderação está na ata da última reunião de política monetária do BCE, realizada nos dias 1 e 2 de junho —antes, portanto, do plebiscito de 23 de junho que definiu o chamado "Brexit". No encontro, a autoridade monetária optou por manter a taxa de juros da zona do euro em minimas recordes.

No documento, divulgado nesta quinta-feira (7), os membros do banco central avaliaram que os impactos econômicos se dariam principalmente sobre o comércio e os mercados financeiros. "Ao mesmo tempo, foi notado que também haveria risco maior para a perspectiva da zona do euro caso o Reino Unido votasse por permanecer na União Europeia", diz a ata.

Os membros do BCE afirmam que a recuperação da economia da zona do euro deve continuar em ritmo moderado, mas firme, impulsionada pela demanda interna e apoiada pelas políticas de estímulo adotadas pelo BC europeu em março deste ano. Eles citaram ainda a influência dos baixos preços do petróleo e uma postura fiscal expansionista neste ano.

Na zona do euro, o baixo ritmo de avanço da inflação continua preocupando. O BCE espera que a inflação permaneça muito baixa ou em território negativo nos próximos meses antes de acelerar no segundo semestre, basicamente como resultado do impacto dos preços de energia.

O banco central acredita que a inflação vai ganhar força em 2017 e 2018, em linha com a recuperação econômica projetada e o apoio das medidas de estímulo do BCE.

A perspectiva de aumento de juros nos Estados Unidos —que acabou não ocorrendo era vista como sinal positivo para a economia global. "Se, com base nos dados divulgados, o Fomc (comitê de política monetária do banco central americano) elevasse a taxa de juros em um de seus próximos encontros, isso sugeriria que a economia dos EUA está experimentando uma recuperação forte, o que, por sua vez, é esperado que tenha efeito positivo nos 'espíritos animais' [desejo de investir] e na confiança global', avalia a ata.


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