Folha de S. Paulo


Justiça libera recursos de Daniel Dantas bloqueados na Satiagraha

Fernando Donasci - 10.jul.2008/Folhapress
O banqueiro Daniel Dantas na época de sua prisão, em 2008 ------------ ORG XMIT: 262501_1.tif Operação Satiagraha da Polícia Federal: o banqueiro Daniel Dantas chega ao IML (Instituto Médico Legal), em São Paulo (SP). O dono do banco Opportunity, o megainvestidos Naji Nahas e o ex-prefeito paulistano Celso Pitta foram presos pela PF, acusados de crimes como gestão fraudulenta, formação de quadrilha, evasão de divisas, lavagem de dinheiro e uso de informações privilegiadas, entre outros. Dantas é acusado na Operação Satiagraha (
O banqueiro Daniel Dantas na época em que foi deflagrada a Operação Satiagraha, da Polícia Federal

A Justiça Federal de São Paulo liberou os recursos que estavam bloqueados como garantia na operação Satiagraha, da Polícia Federal, que investigou suspeitas de crimes contra o sistema financeiro nos negócios do banqueiro Daniel Dantas em 2008.

A operação já havia sido totalmente anulada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no ano passado, mas era preciso aguardar o prazo recursal na Justiça antes de efetivar o desbloqueio.

Publicada no final de junho, a decisão não menciona o montante, depositado em bancos no exterior, que será devolvido aos fundos do Opportunity, empresa de Dantas e Dório Ferman. Procurada, a assessoria de imprensa do Opportunity também não informou o valor total dos recursos desbloqueados.

O primeiro bloqueio aos recursos de Dantas ocorreu em setembro de 2008, quando o juiz Fausto Martin De Sanctis, responsável pelo caso, ordenou o sequestro das aplicações de cinco cotistas. Um ano depois de ter cerca de R$ 535 milhões bloqueados, o banqueiro foi atingido por uma nova decisão judicial que ampliou o sequestro de valores para aproximadamente R$ 1 bilhão.

Em 2011, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) considerou ilegal o uso de agentes da Abin (Agência Brasileira de inteligência) nas investigações da operação.

As provas foram anuladas e o delegado federal Protógenes Queiroz, que prendeu Dantas, foi afastado. O juiz De Sanctis foi transferido. Gilmar Mendes, então presidente do STF, concedeu dois habeas corpus a Dantas.


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