Folha de S. Paulo


Brasil é o primeiro país na América Latina a receber vinho branco suíço

Sebastien Crettaz/Divulgacao
Vinicola Chateau de Crans, na Suíça, cuja produção de vinho branco é feita a partir da uva Chasselas

O Brasil será o primeiro país da América Latina a importar o vinho branco suíço, feito a partir da uva Chasselas, exclusivo do país europeu.

A Suíça tem produção pequena e consumo alto. Por isso, o vinho é pouco exportado. Para efeito de comparação, o país tem 15 mil hectares de vinícolas, ante mais de 1 milhão da Espanha e 800 mil da França. Metade da área do cultivo é voltada para o vinho branco Chasselas.

Antes do Brasil, alguns poucos exemplares foram distribuídos para Londres, Nova York e Tóquio, onde são comercializados em restaurantes especializados.

Será o mesmo destino inicial dos produtos enviados para cá. Eles serão degustados primeiro no Rio, na Casa Suíça, na Olimpíada. Depois, em eventos em São Paulo.

"Não procuramos mercados de massa, até porque a exportação não é suficiente", diz a brasileira Luciana Mota, da Associação de Viticultores da Costa do Lago Leman.

O vinho Chasselas é mais suave. De acordo com Daniella Romano, que organiza a apresentação no Brasil, ele tem potencial para atrair apreciadores no verão.

CHOCOLATES

Empresas suíças vêm aumentando a atuação no país. A fabricante de chocolates Lindt se associou à Kopenhagen em 2014. A Zurich Airport assumiu o aeroporto internacional de Confins, em consórcio com o grupo CCR, e tem interesses em outros no país.

A importação de produtos suíços no Brasil desde 2010 girava em torno de R$ 2,8 bilhões. Com a crise, caiu em 2015 para R$ 2,4 bilhões. Os principais produtos que vêm para cá são das indústrias farmacêutica e química.

Uma das empresas que pretende crescer no país é a Victorinox, produtora de canivete suíço. O Brasil é apenas o 22º mercado consumidor da marca, que enfrenta concorrência da Tramontina.

"Os investimentos suíços cresceram. É hora de investir. O Brasil tem potencial enorme", disse o embaixador da Suíça no país, André Regli.

Apostando na Copa e na Olimpíada, o governo suíço decidiu em 2014 investir 9 milhões de francos suíços (R$ 32 milhões) na sua divulgação.

O repórter ITALO NOGUEIRA viajou a convite da Presença Suíça.


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