Folha de S. Paulo


Camargo Côrrea aceita vender sua fatia na CPFL Energia por R$ 5,85 bi

Divulgação
Funcionário da CPFL trabalha em poste de energia
Funcionário da CPFL trabalha em poste de energia

A Camargo Côrrea aceitou vender sua fatia de 23% no bloco de controle da CPFL Energia para a gigante estatal chinesa State Grid Corp. O negócio foi avaliado em R$ 5,85 bilhões, anunciou a CPFL nesta sexta-feira (1º).

O acordo estabelece a aquisição de 234.086.204 ações da CPFL Energia detidas pela ESC Energia, subsidiária da Camargo Corrêa, pela chinesa.

O preço por ação oferecido foi de R$ 25 reais, o que representa um prêmio de 21,6% sobre o preço de fechamento da ação da CPFL nesta sexta-feira, de R$ 20,56.

O valor atribuído às ações da CPFL Energias Renováveis é de R$ 12,20, disse a CPFL em comunicado.

A celebração do acordo ainda depende de conclusão de due diligence –análise das contas da empresa– a ser conduzida pela State Grid na CPFL Energia e suas subsidiárias. Também é necessário aceno positivo do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Caso seja aprovado, a State Grid passará ao bloco de controle da CPFL Energia, ao lado da Previ, que tem 29,4% da holding, e da Fundação Cesp, Petros, Sistel e Sabesprev, que juntos possuem 15,1% da companhia, segundo informações no site da organização.

A Camargo Corrêa é uma das empresas envolvidas na operação Lava Jato, que investiga esquema bilionário de corrupção envolvendo a Petrobras, empreiteiras, partidos e políticos.

Em acordo de leniência entre a empreiteira e procuradores, a Camargo Corrêa aceitou ressarcir as empresas públicas Eletrobras, Petrobras e Eletronuclear em R$ 700 milhões.

EXPANSÃO

No início de junho, a CPFL comprou a distribuidora gaúcha AES Sul, controlada pela americana AES, em um negócio avaliado em R$ 1,7 bilhão.

Segundo a CPFL, a aquisição fará com que o grupo alcance uma participação total de 14,3% no mercado brasileiro de distribuição de eletricidade. Atualmente, a fatia é de 13%.

À época, o presidente da empresa, Wilson Ferreira Jr., afirmou que o acordo estava "em linha com a nossa estratégia de crescer no setor de distribuição, capturando ganhos de escala para as nossas operações e criando valor para os nossos stakeholders".

Ferreira Jr. deve deixar o posto após ser indicado pelo presidente interino, Michel Temer, para o comando da Eletrobras. A nomeação deve sair na próxima semana.


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