Folha de S. Paulo


Investimentos da Oi em 2016 estão mantidos, afirma executivo

Nacho Doce/Reuters
The logo of Brazil's largest fixed-line telecoms group Oi is seen inside a shop in Sao Paulo October 2, 2013. Oi SA on April 25, 2016, formally started talks to restructure $14.3 billion of bonds, pitting some of the world's biggest investors against each other as Brazil's most-indebted phone carrier fights for its survival. REUTERS/Nacho Doce/File Photo ORG XMIT: TOR602
Com recuperação judicial, ações da Oi ficarão bastante voláteis

Os investimentos da da operadora Oi em 2016 estão mantidos, independentemente do pedido de recuperação judicial, afirmou Bernardo Winik, diretor de Varejo da Oi. Ele não informou qual é o orçamento para investimentos no ano.

"A vida operacionalmente continua normal. As vendas não diminuíram, a recarga não diminuiu", disse Winik.

O executivo afirmou ainda que os atendentes estão orientados a explicar a clientes que o processo de recuperação judicial é uma renegociação da empresa com bancos e credores.

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Ele disse, ainda, que nenhum indicador operacional da empresa está pior do que estava há um e dois anos.

Ele falou em entrevista durante a feira e congresso da ABTA (Associação Brasileira de Televisão por Assinatura).

No evento, o executivo divulgou o lançamento de TV por assinatura pré-paga.

O foco são os 1,2 milhão de clientes que já têm um "set up box" (caixa receptora de sinal) em casa para conexão de TV aberta via satélite, mas não pagam por nenhum tipo de conteúdo de TV.

Os planos partem de R$ 29,90 (15 dias de uso) e R$ 54,90 (plano básico mensal). A rede de recarga é a mesma do celular e os créditos que já estão direcionados para o telefone poderão ser usados para contratar o serviço de TV.

"A Oi é a única operadora que adiciona clientes mesmo com a crise", afirmou.

Winik disse ainda que o combo de TV, telefone e internet banda larga, chamado Oi Total, lançado em março, já tem 320 mil assinantes. A meta é chegar ao final do ano com 1 milhão de clientes.

CONSOLIDAÇÃO

O presidente-executivo da América Móvil no Brasil, José Félix, disse que o colapso da rival Oi não estimula a consolidação no setor de telecomunicações no país, diante da insegurança jurídica e da elevada carga tributária.

Para a companhia mexicana, que opera no país com as marcas Claro, Net e Embratel, fatores como insegurança jurídica, altas carga tributária e necessidade de investimento tornam o setor pouco atrativo para novos investidores, disse Félix.

"Num cenário em que apenas 6% que esse negócio gera vai para o acionista (...) é baixa a atratividade para novos entrantes. Quem tem dinheiro para investir não vai querer rasgar dinheiro", disse ele, contando que só a América Móvil investiu R$ 30 bilhões nos últimos três anos no país.

Perguntado sobre interesse em ativos da Oi, ele respondeu: "Não estamos pensando nisso agora (...) Fomos todos tomados de surpresa com este desfecho (pedido de recuperação judicial) radical e intempestivo."


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