Folha de S. Paulo


Rodovias inteligentes compartilham informações para evitar lentidão

Um acidente de médio porte, como um atropelamento ou a colisão de veículos sem vítima fatal, numa avenida importante de Guarulhos (Grande São Paulo) costuma parar as rodovias Presidente Dutra, Fernão Dias e Ayrton Senna na chegada a São Paulo e causar lentidão na marginal Tietê. Dependendo do horário, afeta ainda as demais rodovias acessadas pela via (Bandeirantes, Anhanguera, Castello Branco e Raposo Tavares), que têm administração independente.

Para manter o funcionando viário em regiões interligadas, diferentes concessionárias colaboram entre si fornecendo informações e até compartilhando infraestrutura no caso de resgates.
No monitoramento do tráfego, vale até usar grupos de WhatsApp entre as concessionárias e buscar informações no aplicativo Waze.

"Aperfeiçoamos as informações do Waze dando mais precisão sobre o impacto dos incidentes. Hoje, o tráfego na estrada é afetado diretamente pelo que acontece nos municípios vizinhos. A colaboração é intensa entre as concessionárias, municípios, a CET e a Polícia Rodoviária", disse Carlos Costa, gerente de Operações da CCR ViaOeste, responsável pelo Rodoanel Oeste e pelo sistema Castello Branco e Raposo Tavares.

Infraestrutura conectada
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Na caso da ViaOeste, o monitoramento é feito por uma central de operações em Barueri (Grande São Paulo), na rodovia Castello Branco. A central é uma sala escura, com um painel gigante que coloca lado a lado as imagens captadas nas rodovias. No local, cerca de 30 profissionais trabalham 24 horas por dia recebendo chamadas de usuários, liberando e fechando vias e acionando o deslocamento de socorro.

Nos túneis do Rodoanel, há sensores de gás carbônico que ligam imediatamente o funcionamento de ventiladores. O software das câmeras consegue detectar movimentos anômalos nas estradas, como o tráfego na contramão. Nesses casos, imediatamente um alerta é disparado para o profissional que monitora o local verificar a gravidade do incidente.

Na maioria das vezes, trata-se de falsos alertas gerados por pombos ou sacolas plásticas descartadas. Mas também já houve pedestres andando pelos túneis e cargas tombadas. "O sistema faz aquilo que o olho humano tem dificuldade de enxergar. Preferimos falsos alertas ao risco de um carro na contramão", disse Costa.


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