Folha de S. Paulo


BCs agem para acalmar mercados após Reino Unido votar por deixar UE

Kacper Pempel/Reuters
Bancos centrais globais agem para acalmar mercados após 'Brexit
Bancos centrais globais agem para acalmar mercados após 'Brexit'

Alguns dos maiores bancos centrais do mundo ofereceram proteção financeira para aliviar a queda dos mercados nesta sexta-feira (24), após o Reino Unido votar por deixar a União Europeia (UE), com alguns até mesmo intervindo nos mercados cambiais por preocupações de que a volatilidade possa afetar o crescimento.

O Banco da Inglaterra ofereceu mais de 250 bilhões de libras (US$ 347 bilhões) em "substancial" liquidez e está pronto para adotar medidas adicionais se necessário, afirmou o presidente do banco central, Mark Carney.

O BCE (Banco Central Europeu) afirmou que está pronto para oferecer liquidez adicional e que vai proteger a estabilidade financeira da zona do euro. O Banco do Povo da China prometeu deixar o yuan basicamente estável e que vai manter a liquidez ampla.

'Brexit' nas bolsas - Índices de mercado, em %

No Brasil, o Banco Central informou que está monitorando os mercados financeiros global e doméstico e que poderá adotar medidas, caso necessário, para manter o funcionamento "normal" dos mercados financeiro e de câmbio.

Em nota divulgada, o BC destaca que a economia brasileira tem fundamentos "robustos" para enfrentar movimentos decorrentes da decisão histórica dos britânicos. "Especialmente, relevante montante de reservas internacionais, o regime de câmbio flutuante e um sistema financeiro sólido, com baixa exposição internacional".

LIQUIDEZ

Os bancos centrais, com as lembranças ainda vivas da crise financeira de 2007-09, estão preocupados que a liquidez do mercado possa rapidamente secar com movimentações extremas, privando a economia real de acesso a dinheiro e instrumentos financeiros.

A economia britânica já estava desacelerando antes do referendo e Carney havia alertado que poderia entrar em recessão no caso de votação por deixar a UE.

Moedas caem após Brexit

Em um raro movimento para um grande banco central, o Banco Nacional Suíço interveio abertamente nos mercados cambiais para enfraquecer o franco, considerado ativo seguro, prometendo fazer ainda mais se necessário.

Os principais bancos centrais asiáticos também estariam intervindo, com operadores sugerindo que o Banco da Coreia teria vendido dólares para conter a queda do won, enquanto o banco central da Índia provavelmente vendeu dólares através de bancos estatais para impedir maior queda da rúpia.

Os maiores bancos centrais do mundo, incluindo o norte-americano Federal Reserve (Fed, banco central americano), o britânico, o BCE, o suíço e o japonês têm instrumentos de swap, proteção ilimitada que trocar moedas em caso de turbulências do mercado.


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