Folha de S. Paulo


Repasses para empreiteiras na Lava Jato despencam até 99%

Mauro Pimentel/Folhapress
Parque Radical, parte do complexo das Olimpíadas 2016, construído pela Queiroz Galvão e OAS
Parque Radical, parte do complexo das Olimpíadas 2016, construído pela Queiroz Galvão e OAS

Grandes empreiteiras como a OAS, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez viram seus contratos minguarem nos últimos dois anos.

Em recuperação judicial, a OAS recebeu neste ano R$ 853,4 mil por um contrato para manutenção de estradas no Nordeste –99% menor do que os R$ 82,6 milhões de 2013, antes da Lava Jato.

Já a Andrade Gutierrez obteve ao todo R$ 555,7 mil em contrato para a construção da ferrovia Oeste Leste, na Bahia.

Em 2015, a empresa fechou acordo de leniência com a Procuradoria-Geral da República –por isso, pagará R$ 1 bilhão em multa.

A Camargo Corrêa, que recebeu R$ 1,9 milhão do governo federal, também fechou acordo de leniência com multa de R$ 700 milhões.

Há dois anos, antes o início da Operação Lava Jato, a empresa havia fechado 2013 como a segunda empreiteira que mais recebeu do governo, com R$ 592,6 milhões.

A Constran, comandada por Ricardo Pessoa, indiciado na Lava Jato, teve desempenho melhor.

Ligada ao grupo UTC, que também negocia acordo de leniência, a empresa recebeu R$ 60 milhões por obras na ferrovia Oeste Leste.

CONTRAMÃO

Mesmo com perdas, duas empreiteiras investigadas na Lava Jato se mantêm entre as que mais receberam repasses federais.

Responsável pela construção de um estaleiro para fabricação de submarinos nucleares, a Odebrecht recebeu R$ 377,5 milhões neste ano e foi a que mais recebeu recursos federais –mesma posição que ocupou em 2014, 2013 e 2012, quando recebeu R$ 1,1 bilhão.

A Queiroz Galvão, responsável por um trecho da transposição do Rio São Francisco, foi a quinta empreiteira que mais recebeu, com R$ 122,1 milhões.


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