Folha de S. Paulo


Como a Índia, Brasil resiste à internet pública e restrita do Facebook

Stephen Lam/Reuters
Mark Zuckerberg, presidente do Facebook, na sede da empresa, na Califórnia. Rede social quer mais usuários comprando no seu aplicativo para celular
Mark Zuckerberg, presidente do Facebook, na sede da empresa, na Califórnia

No Brasil, onde projetos como Live ainda não conseguiram penetração, o Facebook também encara obstáculos ao Internet.org, que levaria acesso gratuito a comunidades mais pobres –e foi renomeado meses atrás como Free Basics.

Levado pelo presidente da companhia, Mark Zuckerberg, à presidente Dilma Rousseff há um ano, o projeto foi acusado por organizações voltadas à internet de romper com a neutralidade da rede, ao prever seleção prévia e restrita de sites pelo próprio Facebook.

Em maio o governo regulamentou o Marco Civil, vedando "condutas que comprometam o caráter público e irrestrito do acesso à internet" ou que "privilegiem aplicações ofertadas pelo próprio responsável pela transmissão".

Segundo analistas e associações de consumidores, como Proteste, o decreto tem por alvo o Free Basics e proíbe seu modelo, chamado "zero rating". Procurado, o Facebook disse que não poderia responder se vai manter seus planos para o Brasil.

Em fevereiro, com avaliação semelhante sobre o efeito na neutralidade da rede, a Índia proibiu o Free Basics.

Mas Zuckerberg voltou a defendê-lo como "uma das iniciativas de conectividade mais bem-sucedidas no mundo".

A maioria dos 40 países que já aceitaram o Free Basics é da África. Na América do Sul, o único até o momento é a Colômbia.


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