Folha de S. Paulo


Aprovação de pauta-bomba pacifica relação com servidores, afirma Temer

O presidente interino, Michel Temer (PMDB), afirmou nesta quinta (2) que a aprovação da "pauta-bomba" pelo Congresso pacifica a relação do governo federal com os servidores. "Isso pacifica a ação do governo com esses servidores por dois, três ou quatro anos. É um aumento discreto que praticamente quase não cobre a inflação. É útil para o governo, é útil para os servidores", disse Temer, em entrevista ao telejornal SBT Brasil.

O pacote de reajuste para o funcionalismo federal terá impacto de ao menos R$ 58 bilhões até 2019. O aumento, segundo Temer, era "desejado há muito tempo" e era algo "ajustado no governo anterior".

A medida, com apoio do governo, ocorre após a equipe econômica de Temer apresentar a expectativa de fechar 2016 com um rombo de R$ 170,5 bilhões nas contas públicas.

Questionado se pretende propor aumento de impostos, Temer afirmou que "descartado não está, mas se for possível evitar a imposição de impostos, eu o farei". O peemedebista disse que depende dos cálculos que sua equipe econômica estão fazendo para saber da necessidade de aumentar a carga tributária.

Temer disse ainda que ministros envolvidos na Operação Lava Jato "sairão [do governo], não há menor dúvida disso".

IMPEACHMENT

Questionado sobre a legitimidade do processo de impeachment a que responde a presidente afastada, Dilma Rousseff, Temer respondeu que "o que eu posso dizer é que 'pedalada' é violação da Constituição", referindo-se às pedaladas fiscais que embasam o pedido de impeachment da petista.

O presidente interino afirmou ainda que uma eventual antecipação do julgamento no Senado, conforme pretende a comissão especial do impeachment na Casa, seria em "benefício para o país". "Ficar nessa situação de transitoriedade não é útil para a senhora presidente, que fica fazendo campanha pra voltar, e não é útil para o governo, que é olhado como se fosse provisório."


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