Folha de S. Paulo


BC diz que estimativa de Dilma para LCA no Plano Safra foi superestimada

O Banco Central revisou de R$ 40 bilhões para R$ 21 bilhões a estimativa de recursos para o Plano Safra 2016/2017 com base em recursos obtidos com LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio).

Na semana anterior ao seu afastamento, a então presidente Dilma Rousseff anunciou R$ 202,9 bilhões para o financiamento agropecuário nesse período, incluindo esses recursos das LCAs.

Com a nova estimativa, o valor total para a nova safra será de R$ 184 bilhões, abaixo até dos R$ 188 bilhões previstos para serem liberados na safra que se encerra em junho deste ano.

A nova projeção foi apresentada nesta terça-feira (31) pela diretoria do BC responsável pelas operações do crédito rural, depois que o CMN (Conselho Monetário Nacional) aprovou as regras anunciadas pela presidente afastada para uso de LCAs nos empréstimos rurais da nova safra.

O CMN aprovou as mesmas regras propostas por Dilma, mas o BC, que faz parte do conselho, avaliou que o valor que será obtido estava superestimado.

Na safra atual, foram utilizados R$ 11 bilhões de LCAs, valor bem inferior aos R$ 30 bilhões estimados pelo governo Dilma um ano antes.

José Furlani, da Diretoria de Organização do Sistema Financeiro e Controle de Operações do Crédito Rural do BC, afirmou que o novo cálculo é mais realista do que o anterior, pois tem como base a média verificada na safra atual.

A principal mudança no uso da LCA é que o governo permitiu a emissão desses papéis como base (lastro) para qualquer tipo de operação de crédito, sendo que 35% do dinheiro vai para o financiamento da safra.

Antes, a LCA tinha de ter como base operações rurais, o que limitava a quantidade emitida. Por outro lado, o direcionamento para esse setor era de 50%.


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