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Premiê japonês vai adiar aumento de imposto para 2019, diz fonte

Toru Yamanaka/AFP
Primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, deve adiar aumento de imposto para 2019
Primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, deve adiar aumento de imposto para 2019

O primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, planeja adiar por dois anos e meio um aumento no imposto sobre as vendas, disse uma fonte do governo neste domingo (29), à medida que a economia patina e Abe se prepara para uma eleição nacional.

Abe comunicou no sábado o ministro das Finanças, Taro Aso, e o secretário-geral do Partido Liberal Democrata, Sadakazu Tanigaki, de seu plano para adiar o aumento de impostos, pela segunda vez, até outubro de 2019.

O primeiro-ministro prometeu anunciar na terça-feira medidas para estimular o crescimento econômico e promover a reforma estrutural. Espera-se que Abe solicite um orçamento extra para financiar essas medidas de estímulo, com apenas dois meses do novo ano fiscal e no encalço de um orçamento suplementar para financiar a recuperação dos recentes terremotos no sul do Japão.

Depois de presidir, na sexta-feira, uma cúpula de líderes do G7, Abe disse que o Japão vai mobilizar "todos as ferramentas políticas" —incluindo a possibilidade de atrasar o aumento de impostos— para evitar o que chamou de uma recessão econômica na escala da crise financeira mundial de 2008 que ocorreu após a quebra do Lehman Brothers.

"Há um risco de a economia mundial entrar em crise, caso não haja uma política adequada de resposta", disse Abe à imprensa após a cúpula. Para desempenhar o seu papel, o Japão "deve reacender poderosamente o motor do Abenomics", disse ele, referindo-se a suas políticas monetárias frouxas que visam tirar o Japão de uma deflação e crescimento irregular que já dura duas décadas.

Há tempos Abe diz que vai avançar com um plano para aumentar a taxa de imposto de 8% para 10% em abril de 2017, a menos que o Japão enfrente uma crise da mesma magnitude do choque Lehman.

De acordo com ele, o G7 "compartilha um forte senso de crise" no que diz respeito às perspectivas mundiais, com o risco mais preocupante sendo uma contração global liderada por uma desaceleração em economias emergentes como a China.

Outros líderes do G7, no entanto, parecem divergir sobre o risco de uma crise global, e sugeriram que Abe estaria usando o G7 para justificar o atraso para um doloroso aumento de impostos no Japão.


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