Folha de S. Paulo


Dólar sobe com mercados à espera de discurso de Yellen; Bolsa tem leve alta

Kevin Lamarque/Reuters
Presidente do Fed, Janet Yellen, observa o líder americano, Barack Obama
Presidente do Fed, Janet Yellen, observa o líder americano, Barack Obama

Em mais um dia com baixo volume de negócios, o dólar opera em alta ante o real nesta sexta-feira (27), acompanhando o movimento da moeda americana no exterior. O Ibovespa, porém, tem leve ganho na volta do feriado de Corpus Christi.

Os mercados estão cautelosos em relação ao discurso que Janet Yellen, presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), fará nesta tarde. A dirigente poderá dar novos sinais de alta dos juros americanos em junho ou julho.

No mercado doméstico, a turbulência no cenário político, provocada por gravações do ex-presidente da Transpetro Sergio Machado contendo conversas embaraçosas com a cúpula do PMDB, aumenta a aversão ao risco. As incertezas se refletem na alta dos juros futuros de longo prazo e no CDS (credit default swap), indicador de percepção de risco do país.

Analistas citam como um dos principais motivos de preocupação um eventual afastamento do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), um dos alvos das gravações.

"As gravações de Renan não divulgadas ainda parecem ser reveladoras, e podem comprometer o presidente do Senado em relação à Operação Lava Jato e como beneficiário do esquema de corrupção", comenta a equipe de análise da corretora H.Commcor.

"Vale lembrar que o vice-presidente do Senado é Jorge Viana, do PT", diz a corretora, sobre uma possível substituição de Renan na presidência do Senado.

Esse cenário poderia complicar a articulação do governo do presidente interino Michel Temer para a aprovação das medidas econômicas no Congresso ou mesmo influenciar o andamento do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff.

CÂMBIO E JUROS

A moeda americana à vista subia há pouco 1,00%, a R$ 3,6197, enquanto o dólar comercial ganhava 0,58%, a R$ 3,6200.

No mercado de juros futuros, o contrato de DI para janeiro de 2017 operava estável, a R$ 13,690%, mas o contrato de DI para janeiro de 2021 subia de 12,740% para 12,830%.

O CDS (credit default swap) do país, espécie de seguro contra calote e indicador de percepção de risco, ganhava 0,48%, aos 351.536 pontos.

BOLSA

O principal índice da Bolsa paulista subia há pouco 0,22%, aos 49.592,06 pontos.

As ações da Petrobras recuavam, seguindo a queda do petróleo no mercado internacional. O papel PN caía 2,30%, a R$ 8,47, e o ON caía 1,08%, a R$ 10,98.

Vale PNA caía 0,25%, a R$ 11,60, e Vale ON, -0,75%, a R$ 14,51.

No setor financeiro, Itaú Unibanco PN ganhava 0,16%; Bradesco PN, +0,94%; Banco do Brasil ON, -0,54%; Santander unit, +0,83%; e BM&FBovespa ON, -0,49%.

EXTERIOR

Na Bolsa de Nova York, o índice S&P 500 subia 0,24%; o Dow Jones, +0,18%; e o Nasdaq, +0,37%.

As Bolsas europeias mostravam sinais mistos. Na Ásia, o índice Nikkei da Bolsa de Tóquio subiu 0,37%, e o índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, na China, recuou 0,06%.


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