Folha de S. Paulo


Executivo da Apple propôs comprar Time Warner, diz jornal

Richard Drew/Associated Press
Apple teria feito oferta de compra pela Time Warner, segundo o jornal
Apple teria feito oferta de compra pela Time Warner, segundo o jornal "Financial Times"

Eddy Cue, executivo da Apple, teria feito uma oferta para comprar a Timer Warner no final do ano passado, segundo o jornal "Financial Times", que cita pessoas familiarizadas com o negócio.

A Timer Warner é dona de canais como HBO, CNN e Warner Brothers.

Na Apple, Cue é responsável por negócios como a loja iTunes, a Apple Music e o iCloud. Ele teria levantado a ideia da proposta durante um encontro no final do ano passado com Olaf Olafsson, chefe de estratégia corporativa da Time Warner.

O encontro ocorreu na sede do grupo midiático em Manhattan, Nova York, e tinha como objetivo debater outras relações comerciais entre a Apple e a Time Warner, como a potencial inclusão de canais a cabo da Time Warner em um futuro serviço de streaming de vídeo da Apple.

As conversas de uma possível compra da Time Warner pela Apple não passaram de um estágio preliminar e não incluíram Tim Cook, executivo-chefe da Apple, e nem Jeff Bewkes, executivo-chefe da Time Warner.

A Apple e a Time Warner não quiseram comentar, segundo o "FT".

Dois anos atrás, a 21st Century Fox, de Rupert Murdoch, fez uma oferta para comprar a Time Warner, oferecendo US$ 86 por ação, mas a companhia rejeitou a proposta.

A intenção da Apple de comprar o grupo midiático indica o objetivo da gigante de tecnologia de oferecer conteúdo próprio e também para a vontade de crescer em novas áreas, já que as vendas de seu principal produto, o iPhone, têm desacelerado.

Alguns banqueiros afirmam que a Apple, eleita marca mais valiosa do mundo pelo sexto ano pela revista "Forbes", teria mais interesse em empresas de serviço de streaming, como a Netflix.

No início do mês a Apple investiu US$ 1 bilhão no serviço chinês de transporte em veículos Didi Chuxing.

O investimento garante à empresa de Tim Cook uma fatia em duas crescentes ondas da tecnologia -economia compartilhada e tecnologia para carros- conforme o mercado do iPhone, que a impulsionou para lucratividade recorde, mostra sinais de amadurecimento.

No primeiro trimestre do ano, a empresa reportou queda de 16% na venda de smartphones e advertiu que o segundo trimestre poderia ser ainda pior. A geração 6s do iPhone não empolgou, não apresentando grandes novidades em relação à anterior, o que desestimula os consumidores a fazer uma troca. Há, entretanto, boas expectativas em relação à versão 7, que deve ser apresentada até o fim do ano.

Os demais produtos de hardware da Apple também mostraram resultados fracos no mais recente período. As vendas do iPad caíram 19% ante o primeiro trimestre de 2015, e a receita do segmento "outros produtos" da empresa caiu à metade ante o trimestre anterior, o que indica queda acentuada nas vendas do Apple Watch.

Até mesmo as vendas do Mac, que haviam se mantido firmes em meio à queda nas vendas mundiais de computadores, registraram declínio, com 12% de queda em termos de volume.

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RAIO-X DA APPLE (2º trimestre do ano fiscal de 2016)

RECEITA LÍQUIDA - US$ 50,557 bilhões
LUCRO LÍQUIDO - US$ 10,516 bilhões
COLABORADORES - 110 mil (2015)

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RAIO-X DA TIME WARNER (1º trimestre de 2016)

RECEITA - US$ 7,308 bilhões
LUCRO OPERACIONAL - US$ 2,012 bilhões
COLABORADORES - 24.800 (2015)


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