Trabalhadores da construção civil encerraram uma greve iniciada há três dias em São Paulo após ter sua proposta de reajuste de salários aceita pelo sindicato patronal nesta quarta-feira (25).
O Sintracon-SP (Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil) iniciou paralisações na segunda-feira (23) para reivindicar correção salarial de 9,83% —equivalente à inflação acumulada em 12 meses pelo INPC de abril— e aumento no valor de benefícios.
Inicialmente, o SindusCon-SP (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) oferecia reajuste de 3,5% em maio e de 3,8% em novembro, sem aumento de vale-refeição ou alimentação, de acordo com o sindicato dos trabalhadores, mas acabou cedendo nas negociações.
Além do salário reajustado, os trabalhadores terão aumento no vale-refeição, de R$ 19 para R$ 20, e no vale-alimentação, de R$ 240 para R$ 265, em maio, e para R$ 275, em setembro. Os novos valores passam a vigorar desde o dia 1º de maio.
O presidente do Sintracon, Antonio de Souza Ramalho, valorizou a "manutenção dos direitos conquistados" em meio à crise econômica, mas lamentou que não tenha conseguido aumento real de salário para os trabalhadores.
Ramalho estima que durante a greve tenham sido paralisados cerca de 4 mil canteiros de obras, dos mais de 10 mil que têm trabalhadores representados pelo sindicato.
O SindusCon-SP não quis comentar a greve nem o acordo.
Na manhã desta quarta, por volta das 10h, trabalhadores se concentraram na avenida Av. Eng. Luís Carlos Berrini e chegaram a bloquear o trânsito na ponte Estaiada, na zona Sul da capital paulista.