Folha de S. Paulo


Zona do euro fecha acordo de dívida com Grécia e FMI

Os ministros das Finanças da zona do euro chegaram a um acordo com a Grécia e o FMI (Fundo Monetário Internacional) nesta quarta-feira (25) —horário local— que irá tratar do pedido de Atenas para alívio da dívida, disse o ministro das Finanças francês, Michel Sapin.

"Este acordo é um ato de confiança na Grécia de hoje", afirmou ele a repórteres ao deixar uma reunião de madrugada em Bruxelas. Ele não deu detalhes, mas disse que o acordo foi abrangente e envolveu medidas a curto, médio e longo prazos sobre a dívida.

Os governos da zona do euro liderados pela Alemanha estavam resistindo a pedidos do FMI para um alívio da dívida da Grécia e estavam relutantes em ir além de um compromisso para reduzir no período de dois anos o fardo da dívida.

Após negociações que avançaram sobre as primeiras horas desta quarta-feira, os ministros das Finanças do Eurogrupo acenaram com a liberação de € 10,3 bilhões em novos fundos para a Grécia, em reconhecimento às dolorosas reformas fiscais aprovadas pela coalizão de esquerda do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, sujeito a alguns ajustes técnicos finais.

Mas o maior avanço veio na forma de um acordo segundo o qual a zona do euro concordou em oferecer a Atenas um alívio da dívida em 2018, se for necessário para atingir os critérios definidos sobre seus pagamentos. No meio tempo, o fundo de resgate da zona do euro recebeu aprovação para tomar medidas que suavizem a trajetória do serviço da dívida grega.

Entretanto, o ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble, evitou qualquer comprometimento imediato sobre um reagendamento da dívida grega que exigiria dele garantir a aprovação de um Parlamento cético em Berlim antes das eleições gerais no próximo ano.

Entretanto, o acordo foi para garantir, em princípio, o acordo junto ao FMI para voltar a se juntar à zona do euro no financiamento do resgate grego, sujeito à aprovação de sua diretoria.

"Alcançamos um importante avanço sobre a Grécia que nos permite entrar em uma nova fase no programa de assistência financeira grego", disse o presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, em entrevista à imprensa.


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