Folha de S. Paulo


Dólar à vista tem maior nível em mais de um mês com exterior; Bolsa cai

Andrew Magill/Flickr/Creative Commons
A moeda americana se valoriza globalmente com apostas de alta dos juros nos EUA

As apostas de aumento dos juros americanos no mês que vem mantiveram o dólar em alta em praticamente todos os mercados e derrubaram as Bolsas globais nesta quinta-feira (19). A moeda americana à vista fechou no patamar de R$ 3,60, o maior em mais de um mês, e o Ibovespa terminou o pregão em baixa.

O petróleo, que chegou a recuar mais de 3%, diminuiu a intensidade da queda, o que aliviou o mau humor nos mercados. Com isso, o dólar comercial fechou com leve valorização. Os juros futuros inverteram a trajetória de alta e recuaram.

Em relação ao cenário político, o mercado segue aguardando as primeiras medidas concretas do governo do presidente interino Michel Temer para recuperar a economia.

A ata da última reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), divulgada nesta quarta-feira (18) sinalizou a possibilidade de aumento de juros em junho. Dados recentes mostrando aquecimento da economia americana também reforçaram as expectativas de aperto monetário.

O dólar à vista, referência no mercado financeiro, fechou em alta de 1,98% nesta quinta-feira (19), a R$ 3,6016, no maior patamar desde 8 de abril deste ano (R$ 3,6256). O dólar comercial, usados em transações de comércio exterior e cuja negociação termina mais tarde, ganhou 0,16%, a R$ 3,5710, reagindo à menor queda nos preços do petróleo.

O Banco Central não anunciou para esta quinta-feira leilão de swap cambial reverso, equivalente à compra futura de dólares pela autoridade monetária.

O mercado de juros futuros, que subia, inverteu a direção. Após quatro sessões consecutivas de alta, o contrato de DI para janeiro de 2017 caiu de 13,685% para 13,645%, e o contrato de DI para janeiro de 2021 recuou de 12,620% para 12,520%.

O CDS (credit default swap), espécie de seguro contra calote e indicador da percepção de risco do país, ganhava 2,02%. para 349,684 pontos.

BOLSA

Após chegar a cair mais de 1,9%, o Ibovespa encerrou a sessão em queda de 0,85%, aos 50.132,53 pontos. O giro financeiro foi de R$ 6,1 bilhões.

"Além da possibilidade de alta dos juros nos EUA reduzir o fluxo de investimentos para países emergentes, há ainda as preocupações em relação à economia chinesa", comenta Ignacio Crespo Rey, economista da Guide Investimentos. Rey destaca que, tradicionalmente, maio é um mês com liquidez mais reduzida.

As ações PN da Petrobras recuaram 3,86%, a R$ 8,96, e as ON, -4,16%, a R$ 11,51.

Em Londres, o petróleo Brent caía 0,45%, para US$ 48,71 o barril; em Nova York, o petróleo tipo WTI cedia 0,17%, para US$ 48,11 o barril.

Os papéis PNA da Vale perderam 1,00%, a R$ 11,85, mas os ON terminaram em alta de 1,22%, a R$ 14,89.

No setor financeiro, Itaú Unibanco PN caiu 0,84%; Bradesco PN, -2,06%; Banco do Brasil ON, -2,36%; Santander unit, -0,44%; e BM&FBovespa ON, -0,06%.

EXTERIOR

Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones fechou em baixa de 0,52%; o S&P 500, -0,37%; e o Nasdaq,-0,56%.

Na Europa, as Bolsas também terminaram em queda, assim como a maior parte das bolsas asiáticas.


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