Folha de S. Paulo


Eletrobras contesta governo e diz que saída da Bolsa de NY não afeta dívida

Justin Lane/Efe
Operadores durante pregão na Bolsa de Nova York
Operadores durante pregão na Bolsa de Nova York

A Eletrobras reafirmou, em comunicado divulgado nesta quinta (19) que não tem, em seus contratos de financiamento, obrigação de manter ações listadas na Bolsa de Nova York. Por isso, diz a companhia, não há risco de resgate antecipado de dívidas caso as ações deixem de ser negociadas.

O comunicado contesta versão da cúpula do governo interino, para quem haveria um risco de resgate de R$ 40 bilhões em dívidas com a saída da empresa da bolsa norte-americana. O valor foi revelado pelo ministro do Planejamento, Romero Jucá.

Na quarta (18), a Bolsa de Nova York anunciou a suspensão das negociações com papeis da Eletrobras, como primeiro passo do processo de "deslistagem" da companhia - isto é, sua retirada dada lista de ações negociadas.

A medida é uma punição pelo descumprimento do prazo para publicação do formulário 20-F, documento que concentra informações financeiras e operacionais das empresas - por causa de recusa da empresa de auditoria KPMG em assinar o balanço de 2014 sem identificação dos prejuízos causados pelo esquema de corrupção investigado pela Operação Lava Jato.

"Não há, nos contratos de empréstimos e financiamentos realizados pela Eletrobras, cláusulas de antecipação de dívidas por conta da interrupção ou deslistagem de suas ações na Bolsa de Nova York", afirmou a empresa.

No comunicado, a Eletrobras questiona também os valores apresentados pelo governo. Segundo a companhia, descontados valores de financiamentos de fundos setoriais e recebíveis da energia de Itaipu, a dívida total é de R$ 15,8 bilhões.

A empresa diz que vai recorrer da decisão e que espera entregar o formulário 20-F antes da decisão final.


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