Folha de S. Paulo


Infraero em aeroporto é 'fantasia' que não se sustenta, diz Moreira Franco

O secretário executivo do Programa de Parcerias e Investimentos do governo interino, Moreira Franco, disse nesta quinta-feira (19) que o Tesouro não tem mais condições de bancar a Infraero como sócia dos consórcios de concessão de aeroportos.

"Hoje, a realidade mostra que a fantasia acabou", afirmou, referindo-se ao modelo vigente nas primeiras concessões, que garantiu à Infraero 49% de participação nos consórcios.

Atualmente, as empresas que administram os terminais argumentam que estão sem recursos para fazer o pagamento da parcela anual da outorga e pediram ao governo que adie a data do pagamento, prevista para o próximo mês.

As parcelas da Infraero têm sido bancadas pelo Tesouro, que já injetou R$ 1 bilhão na estatal e deve ter que fazer novo aporte para cumprir com os compromissos deste ano.

Moreira Franco indicou que a estratégia do novo governo será retirar a Infraero de novos leilões, mas não disse qual será a solução para as concessões atuais, alegando que o governo precisa entender ainda o tamanho do rombo nas contas públicas.

Ele participou de cerimônia de inauguração da expansão do Aeroporto Internacional Tom Jobim/Galeão, no Rio, que entra em operação no próximo dia 23. Em seu discurso, disse que o país não tem hoje recursos financeiros sequer para elaborar projetos de investimento e defendeu a maior participação das empresas privadas na economia.

EXPANSÃO

Localizada no terminal 2, a expansão do aeroporto do Galeão tem 26 pontes de embarque, 6.000 metros quadrados dedicados a área VIP e novas lojas. Com a entrega da expansão, a concessionária RioGaleão diz que concluiu a primeira fase de investimentos após a concessão, vencida em 2014, que consumiu R$ 2 bilhões de deixa o aeroporto em melhores condições para receber os turistas da Olimpíada.

A concessionária é formada pela Odebrecht Transport, pela Changi, de Cingapura, e pela Infraero.


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