Folha de S. Paulo


Dólar sobe para R$ 3,60 e Bolsa cai mais de 1,6% com cenário externo

Marcos Santos/USP Imagens
Moeda americana tem mais um dia de valorização global com perspectiva de alta dos juros nos EUA

O dólar continua a se valorizar globalmente nesta quinta-feira (19), com o aumento das apostas de alta dos juros americanos em junho. A queda do petróleo e do minério de ferro também pressiona os mercados emergentes.

No campo doméstico, a moeda americana sobe para R$ 3,60, caminhando para encerrar a sessão no maior nível em mais de um mês. Os juros futuros também sobem, enquanto o Ibovespa recua mais de 1,6%, abaixo dos 50.000 pontos.

Em relação ao cenário político, o mercado segue aguardando as primeiras medidas concretas do governo do presidente interino Michel Temer para recuperar a economia.

A ata da última reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), divulgada nesta quarta-feira (18) sinalizou a possibilidade de aumento de juros em junho. Dados recentes mostrando aquecimento da economia americana também reforçaram as expectativas de aperto monetário.

A moeda americana à vista subia há pouco 2,07%, para R$ 3,6046, e o dólar comercial ganhava 1,23%, para R$ 3,6090.

O Banco Central não anunciou para esta quinta-feira leilão de swap cambial reverso, equivalente à compra futura de dólares pela autoridade monetária.

No mercado de juros futuros, em meio à cautela de investidores, o contrato de DI para janeiro de 2017 tinha leve alta, passando de 13,685% para 13,690%. O contrato de DI para janeiro de 2021 avançava de 12,620% para 12,660%.

O CDS (credit default swap), espécie de seguro contra calote e indicador da percepção de risco do país, ganhava 4,06%. para 356,654 pontos.

BOLSA

O Ibovespa perdia há pouco 1,63%, para 49.737,80 pontos, seguindo o mau humor nas Bolsas globais.

"Além da possibilidade de alta dos juros nos EUA reduzir o fluxo de investimentos para países emergentes, há ainda as preocupações em relação à economia chinesa", comenta Ignacio Crespo Rey, economista da Guide Investimentos. Rey destaca que, tradicionalmente, maio é um mês com liquidez mais reduzida.

As ações PN da Petrobras recuavam 6,54%, a R$ 8,71, e as ON, -6,24%, a R$ 11,26.

Em Londres, o petróleo Brent caía 2,92%, para US$ 47,50 o barril; em Nova York, o petróleo tipo WTI cedia 2,70%, pra US$ 46,89 o barril.

Os papéis PNA da Vale perdiam 4,09%, a R$ 11,48, e os ON, -2,65%, a R$ 14,32, refletindo a queda de quase 6% do minério de ferro na China. As ações de siderúrgicas também exibiam forte queda.

No setor financeiro, Itaú Unibanco PN caía 1,59%; Bradesco PN, -2,14%; Banco do Brasil ON, -0,88%; Santander unit, -1,50%; e BM&FBovespa ON, -1,09%.

EXTERIOR

Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones perdia 0,81%; o S&P 500, -0,93%; e o Nasdaq,-0,81%.

Na Europa, as Bolsas também operavam em queda, assim como a maior parte das asiáticas encerrou o pregão no terreno negativo.


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