Folha de S. Paulo


'BBC' vai cortar notícias de variedades e celebridades de seu site, diz jornal

Stephen Hird - 17.out.2007/Reuters
Futuro da BBC é posto em dúvida por revisão do governo britânico
Futuro da BBC é posto em dúvida por revisão do governo britânico

A rede britânica "BBC" vai anunciar ainda nesta semana uma reestruturação em seu site que deve incluir cortes de notícias de variedades e celebridades, receitas e dicas de viagens. As informações são do jornal britânico "The Telegraph".

O diretor-geral da rede, Tony Hall, vai anunciar na sexta-feira que o site da "BBC" não pode ser "tudo para todos", e vai pedir que sejam estabelecidos limites claros sobre o que a rede britânica não vai fazer on-line, após o ministro das Finanças britânico, George Osbone, ter criticado as "ambições imperiais" do grupo.

O recuo na internet ocorrerá em uma das semanas mais importantes na história da "BBC". Na quinta-feira (12) devem ser publicados os planos do governo envolvendo seus objetivos e formas de financiamento da rede.

No Reino Unido, alguns veículos de comunicação dizem que a empresa não deveria se expandir na esfera on-line, pois sua ampla produção de notícias gratuitas impossibilita a concorrência de seus rivais.

Em discurso na semana passada, Richard Ayre, membro do conselho de administração do grupo, criticou o site da empresa e pediu que a rede deixasse o conteúdo de variedades, a fofoca de celebridades e jogos para outros veículos, "que francamente podem fazer isso tão bem ou melhor" que a "BBC".

Em resposta à pressão de ministros, Tony Hall vai pedir que o site da "BBC" foque mais em conteúdo de vídeo e se limite a um determinado negócio de notícias que não inclua celebridades e variedades, de acordo com o jornal "The Telegraph".

Todo o conteúdo de receitas deve ser eliminado, com exceção daquele ligado a programas culinários exibidos recentemente. Já as informações de viagens que podem ser encontradas no site da Highways Agency também serão excluídas.

Atualmente, a "BBC" é custeada por uma taxa de licença que é paga por todos os lares que possuem televisores, o que a ajuda a empregar quase 19 mil pessoas e bancou os custos operacionais de quase 5 bilhões de libras esterlinas referente ao período 2014/15.

Qualquer tentativa de mudar a área de atuação da emissora pública de 92 anos de existência provoca uma reação acalorada no país, onde ela tem um prestígio especial por sua cobertura de temas nacionais como casamentos reais, eventos esportivos e a meteorologia.

Há uma divisão nas opiniões entre aqueles que veem a "BBC" como uma instituição nacional valiosa, que exporta a cultura britânica e notícias sem viés para todo o mundo, e aqueles que a veem como uma organização excessivamente burocratizada e inchada que sufoca a concorrência.

Grande parte das críticas é encabeçada pela imprensa de inclinação direitista do país, que compete com a rede por meio da oferta de notícias on-line.


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