Folha de S. Paulo


Salário trava escolha de novo presidente da BR Distribuidora

Depois de sete meses, a Petrobras encerrou, sem sucesso, o processo de busca por um executivo para presidir a BR Distribuidora. O candidato escolhido pelo conselho da estatal recusou o salário oferecido, em torno de R$ 1,5 milhão por ano.

Em reunião na semana passada, o conselho de administração da companhia decidiu iniciar nova busca, agora com um obstáculo adicional: a possibilidade de impeachment de Dilma.

A avaliação da empresa é que o risco de queda da presidente e, consequentemente, do comando da estatal pode afastar novos candidatos.

A contratação de um executivo externo para a BR faz parte de uma estratégia para modernizar sua gestão e melhorar seu valor de venda.

Responsável pela venda de combustíveis, a subsidiária é um dos maiores ativos no pacote de desinvestimento da Petrobras, mas enfrenta a desconfiança do mercado diante de denúncias de loteamento político.

A busca por um presidente foi feita pela consultoria Korn Ferry, que também será responsável pela nova procura. No primeiro processo, ela identificou 90 potenciais candidatos. Deste total, 52 foram entrevistados, e 5, levados à avaliação do conselho de administração da Petrobras.

Guilherme de Paula, que preside a filial brasileira da petroleira Petronas, da Malásia, foi o escolhido pelo conselho. Na semana passada, o executivo declinou.

A Folha apurou que a remuneração variável foi o principal entrave à conclusão do processo.

A pretensão salarial entre os executivos finalistas era de cerca de R$ 1 milhão a mais do que a BR pode pagar.

A Petrobras chegou a anunciar, em 2015, a abertura de capital da subsidiária, mas o processo foi cancelado devido às condições adversas do mercado de capitais.

Depois, passou a negociar diretamente à venda de 25% da empresa. Hoje, a percepção é que não há empresas dispostas a entrar com participação minoritária.

QUARENTENA

Os acionistas da Petrobras aprovaram nesta quinta-feira (28) a reserva de R$ 8,3 milhões para eventual pagamento de salários durante período de quarentena a diretores que deixarem a empresa neste ano.

A medida segue recomendação do Departamento de Coordenação e Governança das Estatais (Dest). É a primeira vez que a proposta de remuneração dos diretores da Petrobras inclui o item.

O valor faz parte da remuneração global de R$ 28,7 milhões aprovada pelos acionistas para pagamento de diretores e conselheiros da estatal até março de 2016.

A proposta reajusta o salário dos executivos pelo IPCA acumulado até março de 2016 (9,39%, segundo o IBGE).


Endereço da página:

Links no texto: