Folha de S. Paulo


Indústria alimentícia aposta em alimento pronto

Eduardo Knapp - 24.abr.2015/Folhapress
Desafios e dificuldade das grandes redes de varejo em manter a seco nos supermercados
Desafios e dificuldade das grandes redes de varejo em manter a seco nos supermercados

A indústria alimentícia se voltou à produção de comida pronta, snacks, congelados e produtos cozidos praticamente prontos. São itens que custam mais, mas agregam praticidade sem perder sabor ou nutrientes.

A aposta é uma das formas que o setor encontrou para contornar a redução nos preços dos insumos e ainda agradar a um consumidor mais exigente e seletivo.

A indústria alimentícia segue entre as mais importantes do país, com faturamento de R$ 562 bilhões no ano passado (alta de 6% em relação a 2014) e equivalente a 10% do PIB brasileiro, apesar da redução de 4% no consumo das famílias.

Neste ano, a produção continua em terreno positivo, com alta de 1,1% em fevereiro, na comparação com o mesmo mesmo de 2014. O desempenho contrasta com o da média da indústria brasileira, que recuou 9,8%.

"Apesar de o consumidor estar mais atento aos gastos e seletivo com as marcas, ele não deixa de comprar", diz Denis Ribeiro, diretor da Abia (Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação).

"Toda crise traz oportunidades, é o momento de ver o que o consumidor está buscando e se reinventar. As pessoas querem manter aquele padrão de restaurante, mas buscam um preço mais acessível", diz Alexandre Borges, vice-presidente da BRF, gigante de alimentos dona das marcas Sadia e Perdigão.

A empresa entrou no segmento de snacks e tem direcionado investimentos para a área de processados. Um dos segmentos é o de refeições congeladas, antes concentradas em massas. Segundo o executivo, a Sadia deve lançar ainda neste ano uma linha assinada por chefes de restaurantes renomados.

Mirando o consumidor jovem, a Grano Alimentos, indústria gaúcha de vegetais supercongelados, está lançando misturas prontas de vegetais e incluiu produtos como grão-de-bico, tomate-cereja e broto de feijão.

Segundo Roberto Denuzzo, presidente da empresa, o segmento ainda depende de importação, com cerca de 30% do mercado interno sendo abastecido pela Europa. O faturamento de empresa cresceu 25% em 2015, na comparação com 2015.

EXPORTAÇÕES

Embora 80% da produção de alimentos fique no país, a exportação também tem papel importante para o setor alimentício. Em 2015, foram US$ 35,3 bilhões vendidos para fora, e a indústria do segmento correspondeu a 18,4% das exportações do Brasil. (AF)


Endereço da página: