O Banco Central intensificou nesta terça-feira (12) sua atuação diante da queda no preço da moeda americana e realizou a maior operação diária com contratos de "swap" cambial reverso, papel que equivale à compra de moeda no mercado futuro.
Além da operação que já estava programada desde o dia anterior, a instituição realizou outras quatro ao longo do dia, no valor total de US$ 8 bilhões (160 mil contratos). Nos dias anteriores, o BC vinha oferecendo 20 mil contratos (US$ 1 bilhão).
Apesar da atuação mais agressiva do BC, o dólar comercial (usado no comércio exterior) fechou praticamente estável, com queda de 0,02%. A moeda terminou o dia valendo R$ 3,49, ainda no menor nível em quase oito meses.
O dólar à vista (referência para o mercado financeiro) disparou logo no início da manhã, com alta de 5%, para R$ 3,70, devido ao anúncio das operações pelo BC no dia anterior. A moeda foi perdendo força ao longo do dia e terminou com alta de 0,36%, a R$ 3,5389% –o dólar subiu em relação a 15 das 24 moedas emergentes acompanhadas pela agência Bloomberg.
Segundo analistas, se não fosse a ação mais forte do BC nesta terça-feira, a moeda americana já poderia estar na casa dos R$ 3,40, em razão do aumento das apostas do mercado em relação ao impeachment.
Cleber Alessie, operador de câmbio da corretora H.Commcor, considera que a ação da autoridade monetária é positiva.
"O BC aproveita esse momento de baixa do dólar para reduzir sua posição vendida em swaps cambiais, o que ajuda no resultado primário do governo, ao mesmo tempo em que controla o excesso de volatilidade no câmbio", afirma.
NOVOS LEILÕES
Para esta quarta-feira (13) está previsto, inicialmente, um leilão pela manhã, com a oferta de 80 mil contratos (US$ 4 bilhões).
Na segunda-feira (11), último dado disponível, o estoque de swaps estava em US$ 100 bilhões. Três semanas antes, estava em US$ 108 bilhões, mesmo valor do início do ano. Ao reduzir esse estoque, o BC está, na prática, retirando dólares do mercado.