Folha de S. Paulo


Queda no preço do petróleo faz Angola pedir empréstimo ao FMI

Marcelo Justo/Folhapress
CACUSO, ANGOLA, 25-08-2014: Trabalhador angolano observa colheita de cana automatizada na usina da Biocom Conbustiveis, que começa a operar sendo a primeira usina de açucar de Angola. A usina está localizada em Cacuso, na provincia de Malange, a 330 Km da capital Luanda. (Foto: Marcelo Justo/Folhapress, MERCADO) ***ESPECIAL E EXCLUSIVO***
Trabalhador angolano em usina de açúcar em Malange, a 330 km da capital Luanda

Pela segunda vez em sete anos, o governo de Angola pediu resgate do FMI (Fundo Monetário Internacional), devido à queda nos preços internacionais de petróleo.

O pedido, que pode superar US$ 1,5 bilhão, será analisado na semana que vem pelo FMI e pelo Banco Mundial. Em 2009, o país solicitou US$ 1,4 bilhão em empréstimos emergenciais ao FMI e ainda está pagando a ajuda do organismo internacional.

"A forte queda no preço do barril desde meados de 2014 representa um grande desafio para os países exportadores de petróleo, especialmente para aquelas economias que ainda não são tão diversificadas", disse Min Zhu, vice-diretor-gerente do FMI.

Angola é o segundo maior produtor de petróleo da África, atrás da Nigéria, e o pedido mostra a dificuldade que o colapso da cotação da commodity traz para os países, com a queda na receita.

Outros países, de Azerbaijão a Nigéria, têm conversado com FMI, Banco Mundial e outras instituições multilaterais sobre como conter o rombo em seus orçamentos.

O FMI, no entanto, não costuma ser o preferido na hora de pegar empréstimos porque ele costuma ter condições mais duras do que o Banco Mundial, por exemplo.

O pedido também marca uma mudança de atitude do governo angolano, que vinha optando em pegar empréstimos com a China, e não com órgãos ocidentais.


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