A emissora Al Jazeera, sediada no Catar, anunciou neste domingo (27) a demissão de 500 funcionários –a maioria deles em sua sede de Doha.
Em nota, o diretor-geral interino da companhia, Mostefa Souag, justificou as demissões afirmando que elas fazem parte de uma "iniciativa de otimização do trabalho". A empresa tem uma rede de mais de 4.000 trabalhadores de 70 nacionalidades.
Ainda de acordo com o comunicado, isso permitirá ao canal evoluir em sua operação de negócios para manter sua posição de liderança e continuar com seu "compromisso com a melhor qualidade de jornalismo independente e direto no mundo".
O diretor-geral interino reconheceu que a decisão foi "difícil", mas ressaltou que espera ter escolhido "o caminho certo para assegurar a competitividade e o longo alcance da emissora".
A "Al Jazeera" foi criada em 1996 pelo então emir do Catar Ben Khalifa Al Thani, com o lema de ser o primeiro canal de notícias independentes no mundo árabe, dedicado a noticiário e debates ao vivo.
O corte de hoje se soma à decisão anunciada em janeiro, quando a emissora afirmou que fechará em abril seu canal nos Estados Unidos. A medida foi justificada com o argumento de que o modelo de negócio não estava se sustentando com os desafios impostos pelo mercado de veículos de imprensa norte-americano.
O Catar, da mesma forma que outros países do Golfo Pérsico dependentes do petróleo, foi obrigado a promover reformas, como a retirada dos subsídios energéticos, para compensar a queda de receita provocada pela queda dos preços do barril.