Folha de S. Paulo


Crise diminui número de empregos com carteira assinada, diz IBGE

Mais de 1,3 milhão de trabalhadores com carteira assinada perderam o emprego no acumulado dos últimos 12 meses, encerrado em janeiro de 2016, de acordo com dados divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira (24). É o maior número desde o início da série, em 2012, e representa a precarização do mercado de trabalho no país, de acordo com o coordenador da Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios), Cimar Azeredo.

"O aumento do número de trabalhadores com carteira assinada nos últimos anos foi uma das grandes conquistas do país. E uma grande parte da crise atual (no mercado de trabalho) é a perda da estabilidade", afirmou ele.

A estatística considera o trimestre entre novembro de 2015 e janeiro de 2016, quando a taxa de desemprego no país chegou a 9,5%, também a maior da série da Pnad Contínua.

Na comparação com o mesmo trimestre do ano anterior, a queda do número de trabalhadores com carteira assinada foi de 3,6%. O contingente de empregados sem carteira também caiu: 5,9%, ou 614 mil pessoas.

Como consequência, houve aumento de 6,1% do contingente de trabalhadores por conta própria, que chegou a 23 milhões de pessoas. Estes foram os únicos a apresentar queda expressiva no rendimento, de 4,1%, para R$ 1.495.

"O mercado de trabalho apresentou um quadro de redução generalizada", disse Azeredo. "Se o cenário econômico não está favorável, isso vai se refletir no mercado de trabalho, podendo levar a um círculo vicioso: menos trabalhadores com carteira, menos rendimento e menos massa salarial", completou.

Outra consequência da queda do emprego formal é o aumento do número de empregados domésticos no país. No trimestre terminado em janeiro, 6,3 milhões de pessoas trabalhavam em serviços domésticos, alta de 5,2% com relação ao mesmo período do ano anterior.


Endereço da página:

Links no texto: