Um acordo entre alguns produtores da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e a Rússia para congelar a produção pode ser "inexpressivo", uma vez a Arábia Saudita seria o único país capaz de aumentar a oferta, disse um executivo sênior da AIE (Agência Internacional de Energia) nesta quarta-feira (23).
Os contratos futuros do petróleo Brent já subiram mais de 50% ante uma mínima de 12 anos de cerca de US$ 27 o barril atingida neste ano, recuperando-se após Rússia e Arábia Saudita, Venezuela e Catar, estes últimos membros da Opep, terem fechado acordo no mês passado para manter a produção nos níveis de janeiro.
O Catar convidou todos os 13 membros da Opep e os maiores produtores não membros para um encontro em Doha em 17 de abril, quando haverá uma nova rodada de negociações para ampliar o acordo de congelamento.
"Entre o grupo de países (participantes do encontro) que conhecemos até o momento, apenas a Arábia Saudita tem alguma possibilidade de elevar sua produção", disse o chefe da divisão de petróleo e mercados da AIE, Neil Atkinson, em um evento do setor.
"Então um congelamento da oferta talvez seja inexpressivo. É mais algum tipo de gesto que talvez tem como objetivo... criar uma confiança que haverá alguma estabilidade nos preços do petróleo."
A agência espera que a diferença entre oferta e consumo caia neste ano, abrindo o caminho para uma recuperação dos preços em 2017.