Não são apenas investimentos bilionários em projetos patrocinados pelo governo, como a Sete Brasil e a hidrelétrica de Belo Monte, que morderam a poupança dos participantes dos fundos de pensão de empresas estatais.
Em 2012, Petros e Funcef foram convidados a investir no relançamento da marca de aparelhos eletrônicos Gradiente.
A empresa fechou as portas em 2007. O plano do fundador, o empresário Eugenio Staub, era importar equipamentos da Ásia, colar a etiqueta Gradiente, e voltar ao mercado.
Os fundos investiram R$ 17 milhões cada um no projeto, que foi um fracasso. Reconheceram o prejuízo e venderam sua participação para Staub pelo valor simbólico de R$ 1.
Petros, Previ, Funcef e outros fundos menores embarcaram, em 2008, na especulação imobiliária provocada pela euforia das novas descobertas do pré-sal no litoral do Estado do Rio de Janeiro.
Desembolsaram R$ 400 milhões para o fundo Global Equity, que construiria imóveis residenciais e comerciais em municípios fluminenses que exploram petróleo, como Macaé.
O Global Equity comprou cerca de 20 terrenos, mas a maior parte dos empreendimentos não saiu do papel. Os fundos já reconheceram perdas de 20% e contrataram novo gestor para vender os imóveis e tentar recuperar o que for possível.
BANQUEIRO
Em 2008, o então banqueiro José Augusto Ferreira dos Santos, dono do BVA, levantou R$ 412 milhões com Petros, Funcef, entre outros fundos menores. O dinheiro seria usado pela Multiner na construção de termelétricas.
Entretanto, as licenças para os empreendimentos demoraram a sair e, no meio do caminho, o BVA sofreu intervenção do Banco Central. Sem condições de levar o plano adiante, o banqueiro repassou a Multiner ao grupo Bolognesi.
O projeto foi reestruturado em 2012 e os fundos de pensão colocaram mais R$ 200 milhões para tentar salvar seus investimentos.