Folha de S. Paulo


Com dólar em queda, BC reduz ainda mais intervenção no câmbio

O fechamento do dólar comercial em patamar inferior a R$ 3,60 levou o Banco Central a anunciar, nesta sexta-feira (18), um leilão de contratos de câmbio que deve elevar a demanda pela moeda estrangeira.

Na próxima segunda-feira (21), o BC irá ofertar US$ 1 bilhão em contratos de "swap" cambial reverso. A operação equivale a uma compra de dólares. Se a oferta for aceita integralmente pelo mercado, a instituição vai reduzir em US$ 1 bilhão o estoque de contratos de "swap" cambial tradicional.

O estoque de "swaps" tradicionais está hoje em US$ 108 bilhões. É como se o BC tivesse vendido ao mercado esse valor em moeda estrangeira. Ao fazer um "swap" reverso, a instituição retira parte desse dinheiro do sistema financeiro.

Nesta quinta-feira (17), o BC já havia anunciado que iria reduzir o estoque em cerca de US$ 2 bilhões, ao anunciar que a partir desta sexta-feira renovaria apenas parte dos contratos que vencem no começo de abril. As duas medidas, portanto, têm um impacto de pelo menos US$ 3 bilhões.

Ao comentar essa decisão, a instituição afirmou que "o atual ambiente internacional abre uma oportunidade para realizar parte de suas posições em swaps cambiais, diminuindo a intensidade das rolagens diárias."

As principais mudanças no exterior foram a alta no preço de algumas commodities e a sinalização do banco central dos EUA (Fed) de que vai subir menos os juros neste ano, o que provocou uma rodada de desvalorização da divisa norte-americana.

No Brasil, soma-se a isso a expectativa do mercado sobre a saída da presidente Dilma Rousseff do cargo.

O dólar à vista fechou a semana em queda de 1,36%, aos R$ 3,6002, menor cotação nominal desde 28 de agosto de 2015 (R$ 3,5846). O dólar comercial terminou com recuo de 1,88%, a R$ 3,5830, o valor nominal mais baixo desde 27 de agosto do ano passado (R$ 3,5520).


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