Folha de S. Paulo


Missão encabeçada por prefeito de San Francisco busca start-ups brasileiras

Moacyr Lopes Junior/Folhapress
São Paulo, SP, Brasil. 14.03.2016. Matthew Svetich, especialista em Start Up de Sao Francisco, durante sua passagem em SP. (Foto: Moacyr Lopes Junior/Folhapress) ***EXCLUSIVO***
Matthew Svetich, sócio da consultoria Drummond, em São Paulo

O Vale do Silício, polo tecnológico na região de San Francisco (EUA), está em busca de negócios brasileiros.

Na segunda (14), missão encabeçada pelo prefeito da cidade, Edwin Lee, esteve em São Paulo para prospectar laços com empreendedores.

A missão teve como alvo start-ups que criem laços entre os países e empreendedores criativos, que apresentem novas soluções de negócios em tecnologia.

Segundo Fernando Franco, integrante da equipe e diretor da LatinSF, agência responsável pelo relacionamento com a América Latina, a crise atual impulsiona start-ups locais a se aventurarem fora do mercado nacional.
"Há uma janela de oportunidade para as empresas brasileiras se voltarem para fora", afirma Franco.

Atualmente, a maioria dos brasileiros chega a San Francisco pela Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos, ligada ao Ministério de Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior), cujo escritório está localizado no distrito financeiro da cidade americana.

Além de universidades de ponta como Berkeley e Stanford, San Francisco oferece benefícios concretos para empreendedores. Um dos principais é a isenção fiscal.

O sistema de tributação da cidade isenta de impostos pequenas empresas, diz Todd Rufo, diretor do escritório de desenvolvimento econômico e da força de trabalho da prefeitura de San Francisco.

Segundo Ruffo, a região também tem investido em infraestrutura de transportes e opções de moradias para os recém-chegados.

ENGENHEIROS JOVENS

O perfil é mais de engenheiros jovens, segundo Matthew Svetich, sócio da consultoria Drummond, empresa que atua na instalação e expansão de negócios americanos e brasileiros lá e cá.

Esses empresários brasileiros atuam principalmente no mercado de "Saas" –sigla em inglês para "software como serviço", no qual o cliente usa um programa via internet, pagando pelo serviço.

Essas start-ups são de pequeno e médio porte, não têm marca estabelecida e estão dispostas a arriscar ao entrar no mercado americano.

A Worthix, de serviços de pesquisa, e a rede social focada em imagens Weheartit são exemplos de negócios bem-sucedidos criados por brasileiros no Vale do Silício.

"Temos empresas brasileiras de software e de aplicativos para celular. Também empresas como a Graava, que produz uma câmera estilo GoPro com inteligência artificial", afirma Franco.

Para abrir uma start-up, Svetich lembra que é preciso, primeiro, ter um bom projeto de desenvolvimento, para que o negócio consiga competir no mercado americano, extremamente competitivo.

Empresas como a Drummond ajudam brasileiros entrar nos EUA com a parte legal, o planejamento fiscal e a contabilidade mensal.


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