Folha de S. Paulo


Banco central dos EUA mantém taxa de juros pela segunda reunião seguida

Kevin Lamarque/Reuters
Presidente do Fed, Janet Yellen, observa o líder americano, Barack Obama
Presidente do Fed, Janet Yellen, observa o líder americano, Barack Obama

O Federal Reserve (Fed, banco central americano) decidiu manter, pela segunda reunião seguida, a taxa de juros na faixa entre 0,25% e 0,50%.O anúncio foi feito nesta quarta-feira (16) após reunião do comitê de política monetária.

A decisão de manter os juros foi tomada quase por unanimidade: apenas um membro do Fomc, Esther L. George, presidente do Fed de Kansas, votou pelo aumento dos juros para o patamar de 0,50% e 0,75%.

Em comunicado, o comitê de política monetária disse que a economia americana tem crescido a um ritmo moderado, apesar das turbulências econômicas e financeiras globais registradas recentemente.

Evolução da taxa de juros dos EUA, em % -

Além disso, afirmou que uma série de indicadores aponta para o fortalecimento do mercado de trabalho americano. Em fevereiro, foram criados 242 mil postos de trabalho, o que manteve a taxa de desemprego em 4,9%.

No entanto, o Fed ainda observa riscos à economia americana por causa da crise econômica e financeira global. O banco central americano vê também a inflação abaixo de 2% ao ano no médio prazo enquanto os efeitos transitórios da queda dos preços de energia e dos produtos importados se dissipam e o mercado de trabalho se fortalece.

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A autoridade monetária não deu indícios de que pretende elevar os juros na próxima reunião, em abril. As autoridades do Fed revisaram suas projeções para os juros e agora veem dois aumentos em 2016, contra quatro em dezembro.

Na coletiva concedida após a decisão, a presidente do Fed, Janet Yellen, alertou para os riscos de desaceleração da economia mundial sobre os Estados Unidos. "Nossa projeção para o crescimento global diminuiu levemente, mas isso faz diferença em nossas projeções para os EUA", disse.

Yellen afirmou ainda que o Fed monitora a desaceleração dos mercados emergentes causada pela queda dos preços do petróleo.

Nesta quarta-feira, o Departamento do Trabalho americano informou que o núcleo do índice de preços ao consumidor, excluindo os componentes voláteis de energia e alimentação, subiu 0,3% em fevereiro, repetindo a variação de janeiro.

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O mais recente Livro Bege —que coleta informações relatadas por contatos empresariais em todo o país— indicou que a atividade econômica dos Estados Unidos continuou a se expandir na maioria dos distritos entre o início de janeiro e o fim de fevereiro, mas as condições variaram consideravelmente entre diferentes regiões e setores.

Além disso, a segunda revisão do PIB (Produto Interno Bruto) americano mostrou crescimento de 1%, contra estimativa de 0,7% na leitura anterior. Os dados passarão por uma última revisão no próximo dia 25.

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