Folha de S. Paulo


Correios mudam horário de agências e cortam gastos para economizar R$ 1,6 bi

Rivaldo Gomes/Folhapress
Ao todo, 685 de 700 agência próprias dos Correios irão fechar aos sábados em todo o país
Ao todo, 685 de 700 agência próprias dos Correios irão fechar aos sábados em todo o país

Os Correios anunciaram nesta terça-feira (15) uma série de medidas para tentar economizar R$ 1,6 bilhão e tirar a empresa do vermelho.

Entre elas, está o fechamento aos sábados de 685 das 700 agências próprias que funcionavam nesse dia da semana. A partir do próximo sábado (19), apenas 15 agências próprias que não dão prejuízo com esse horário de funcionamento e aqueles franqueados que quiserem funcionarão nesse dia.

A lista das agências que continuarão abertas aos sábados, entretanto, só será divulgada na quarta-feira (16).

A empresa estatal também informou que vai reduzir em 50% as despesas com publicidade e patrocínios em relação ao que foi aplicado em 2015, para R$ 190 milhões.

Haverá ainda uma economia de R$ 100 milhões com despesas administrativas, o que inclui renegociação de contratos de aluguel, redução de diárias e passagens e a devolução de todas as lojas alugadas pela Postal Saúde (administradora do plano de saúde dos empregados), que irá funcionar nas dependências próprias dos Correios.

"Os Correios estão implantando uma série de medidas para reverter o deficit e equilibrar as contas, com foco no aumento de receitas e na redução de despesas", diz a empresa em nota.

"Só com o engajamento e o compromisso de todos será possível reverter o quadro", disse o presidente dos Correios, Giovanni Queiroz.

Em relação às receitas, a empresa citou a ampliação no número de agências que vendem consórcios, principalmente de veículos e imóveis, que deve passar das atuais 190 unidades para 3.200 pontos até o final do ano.

A companhia também informou que, nos próximos dias, deve anunciar o parceiro para a venda de chips para telefonia móvel com a marca Correios. O valor mínimo previsto para a operação é de R$ 282 milhões, para um período de cinco anos.

Com isso, a estatal entrará no mercado de MVNO (operador de rede móvel virtual, na sigla em inglês). Os Correios poderiam comprar no atacado minutos de operadoras de celular e vender no varejo para seus clientes. Essa fórmula garante a oferta de tarifas menores, uma vez que a estatal não é obrigada a investir em infra estrutura de rede.

CAIXA

Outra empresa estatal que está promovendo cortes de gastos é a Caixa. A empresa iniciou uma reestruturação das suas operações, com remanejamento de funcionários da matriz para outras áreas, por exemplo.

"Trata-se de uma mudança no modelo de gestão da Caixa para tornar sua matriz mais estratégica, reforçar suas áreas de apoio operacional e dar melhores condições para que as agências realizem negócios e aprimorem o atendimento aos clientes", disse o banco estatal em nota.

A Comissão Executiva dos Empregados da Caixa Econômica Federal (CEE/Caixa) planeja uma mobilização contra as medidas da Caixa.

"Mais uma vez, a direção da Caixa não ouviu os trabalhadores e as entidades representativas. Não aceitaremos retrocessos e nem prejuízos aos trabalhadores", diz Genésio Cardoso, diretor do Sindicato dos Bancários de Curitiba e Região e membro da CEE/Caixa, em nota.

De acordo com os representantes dos trabalhadores, as mudanças vão começar pela matriz e filiais e, depois, se estenderão para as agências, com prazo de conclusão previsto para 15 de abril.

O lucro da Caixa cresceu 0,9% em 2015, menor avanço entre os grandes bancos. A despesa com provisão para devedores duvidosos subiu 49,4%, devido ao aumento da inadimplência.


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