Folha de S. Paulo


Dilma reconhece possibilidade de reforma da previdência ser adiada

A presidente Dilma Rousseff reconheceu nesta sexta-feira (11) a possibilidade de ser adiado para o segundo semestre o envio ao Congresso Nacional da proposta de reforma previdenciária.

Em entrevista à imprensa, a petista afirmou que o governo federal tem feito uma avaliação sobre o envio no primeiro ou no segundo semestre. No mês passado, a intenção do Palácio do Planalto era enviá-la até o final de abril.

Com as resistências de partidos da base aliada, como PT e PDT, a presidente estuda deixar a polêmica mudança para o final do ano, sobretudo diante da possibilidade de abertura do processo de impeachment na Câmara dos Deputados.

A informação de que a petista estuda adiar a reforma previdenciária foi antecipada na semana passada pela Folha.

"Nós estamos fazendo uma avaliação apurada sobre isso (envio da reforma previdenciária)", disse. "A gente não pode ser Joãozinho do Passo Certo. Temos de ver com as diferentes forças políticas como as coisas se darão", acrescentou.

A presidente está sendo pressionada por sua equipe a adiar para o segundo semestre o envio ao Congresso Nacional da proposta.

A expectativa é que ela acate a sugestão porque "não há clima" político para discutir tema tão polêmico.

Segundo relato de auxiliares da petista, o ministro Nelson Barbosa (Fazenda) está "isolado" dentro do governo na defesa de que a reforma previdenciária seja encaminhada ao Congresso até o fim de abril, como o governo anunciara.

Ministros palacianos dizem que o adiamento seria um gesto na direção de partidos aliados como PT, PDT e PTB e da sua base social para conquistar apoios num momento de piora da crise política e do risco de impeachment.

Um ministro disse que a ideia não é o governo desistir da reforma, considerada essencial pela presidente, mas deixá-la para o segundo semestre, de preferência depois das eleições municipais.


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