Folha de S. Paulo


Brasil fecha 99,7 mil empregos formais em janeiro

O mercado de trabalho brasileiro começou o ano de 2016 com o fechamento de 99.694 vagas de empregos formais, segundo dados de janeiro divulgados nesta sexta-feira (26) pelo Ministério do Trabalho.

A queda foi maior que a registrada em janeiro de 2015, quando foram cortadas 81.774 vagas. De 2010 a 2014, os saldos para o primeiro mês do ano haviam sido positivos. Na crise de 2009, também houve corte em torno de 100 mil vagas no período.

O resultado acentua a depreciação do emprego no país, que no acumulado dos últimos 12 meses já supera a marca de 1,59 milhão de postos eliminados.

Quase todos os setores reduziram as vagas de trabalho no primeiro mês do ano. O pior impacto se deu no comércio, que perdeu 69.750 postos.

No setor de serviços, a baixa foi de 17.159 postos e na indústria de transformação, de 16.553. Construção civil (-2.558 postos) e extrativa mineral (- 1.220 postos) seguiram as tendências de baixa. A única exceção foi a agricultura, que registrou aumento de mais de 8.700 postos.

Os Estados que tiveram o maior número de vagas perdidas foram São Paulo (-27.056) e Rio de Janeiro (25.549), devido à forte queda dos setores do comércio e serviços. Minas Gerais e Pernambuco também estão entre os que mais sofreram. Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso, Paraná e Paraíba expandiram as vagas.

Saldo das vagas no emprego formal - Série com ajustes, em mil

O movimento de queda mais brusca se desencadeou em novembro, quando foram encerradas mais de 130 mil vagas. Em dezembro de 2015, a queda foi de mais de 596 mil postos, resultado puxado pelas demissões dos trabalhadores contratados temporariamente nos meses anteriores para atender a demanda das festas de Natal e Ano Novo.

O mercado de trabalho brasileiro vem sofrendo os efeitos da desaceleração econômica e do clima de incertezas em relação à retomada, prejudicado especialmente pelas demissões na indústria e na construção civil, com o fechamento de mais de 1,5 milhão de vagas em 2015, o pior resultado desde 1992, quando teve início a série estatística do governo.


Endereço da página:

Links no texto: