Folha de S. Paulo


BRF lucra R$ 1,4 bilhão no 4º tri com ajuda de operações internacionais

Charles Guerra/Agência RBS/Folhapress
Complexo industrial da BRF Brasil Foods em Videira, Santa Catarina
Complexo industrial da BRF Brasil Foods em Videira, Santa Catarina

A BRF, dona de marcas como Sadia, Perdigão e Qualy, teve lucro líquido de R$ 1,415 bilhão no quarto trimestre, avanço de 42,8% sobre o mesmo período do ano anterior, impulsionada pelas operações internacionais e em resultado acima do esperado pelo mercado, informou na noite de quinta-feira (25).

O resultado foi favorecido por crescimento em todas as regiões exceto o Brasil e por impacto positivo de R$ 255 milhões na linha de Imposto de Renda e Contribuição Social, ante despesa de R$ 214 milhões nos três últimos meses de 2014.

A maior exportadora de carne de frango do mundo teve Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 1,885 bilhão, alta de 7% na base de comparação anual.

A expectativa média de analistas, de acordo com pesquisa da Reuters, era de lucro líquido de R$ 866 milhões e Ebitda de R$ 1,62 bilhão.

A receita líquida ficou em R$ 9 bilhões, alta de 11,3% sobre os três últimos meses de 2014, com crescimento em todas as regiões na comparação anual, exceto no Brasil, que teve recuo de 0,8%.

O crescimento foi puxado por um melhor mix de vendas e aumento dos preços médios em reais, disse a companhia, com destaque para Oriente Médio e África, América Latina e Europa.

A margem bruta passou para 31,3%, com contração de 2,1 pontos percentuais, devido ao maior custo de produção, principalmente devido ao impacto do câmbio nos preços de grãos, embalagens e outros insumos importados. A margem Ebitda ficou em 21%, baixa de 0,9 ponto percentual.

"O cenário de custos que vimos ao longo de 2015, derivado principalmente do impacto do câmbio, continuou pressionando as margens no último trimestre. Além disso, a decisão de postergar para 2016 o reajuste de preços (visando focar no retorno da Perdigão e na operação de comemorativos) acabou não ajudando a mitigar esse efeito", disse a BRF.

Os volumes no Brasil tiveram contração anual de 6,3% no quarto trimestre, puxados principalmente pelos produtos in natura, cuja queda foi de 8,8%.

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Em fato relevante, a BRF informou ainda que o Conselho de Administração da companhia aprovou o cancelamento de 60 milhões de ações mantidas em tesouraria, sem valor nominal. Seu capital social passou a ser dividido em 812.473.246 ações ordinárias.

A companhia também anunciou nova estrutura organizacional global. Entre outras mudanças, Alexandre Borges, atual diretor geral para a América Latina, foi indicado para diretor de Finanças e de Relações com Investidores em substituição a Augusto Ribeiro Júnior, que deixa a empresa.

A BRF passará a contar com cinco vice-presidências na nova estrutura.


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