Folha de S. Paulo


Mercado vê retração maior do PIB neste ano e reduz expansão em 2017

Marcos Santos/USP Imagens
PIB deverá ter retração de 3,40% neste ano, segundo boletim Focus, do BC
PIB deverá ter retração de 3,40% neste ano, segundo boletim Focus, do BC

Os economistas e instituições financeiras ouvidos pelo Banco Central pioraram a estimativa de retração do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano e também reduziram o crescimento previsto para 2017, de acordo com o boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (22).

Segundo a pesquisa, semanal, a economia brasileira deve sofrer retração de 3,40% neste ano, contra estimativa anterior de queda de 3,33%. Para 2017, a previsão de crescimento foi cortada, passando de 0,59% na semana passada para 0,50% na leitura desta semana.

A piora da expectativa ocorre alguns dias após a divulgação de que o indicador de atividade econômica do Banco Central mostrou retração de 4,1% do PIB em 2015. Somente no quarto trimestre do ano, a queda foi de 1,9% em relação aos três meses anteriores.

A previsão dos analistas é que o Brasil complete em 2016 três anos seguidos de retração econômica, algo que não se via desde a crise de 1930.

A piora das condições econômicas e a dificuldade do governo em acertar suas contas fizeram com que a agência de classificação de risco Standard & Poor's cortasse novamente a nota de crédito do país.

PREÇOS

A perspectiva de inflação para 2016 ano teve leve aumento nesta semana, passando de 7,61% para 7,62%. Para 2017, foi mantida em 6%, no teto da meta estabelecida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) para o próximo ano, que é de 4,5% com 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Os economistas reavaliaram a projeção para o dólar neste ano. Agora, veem a taxa de câmbio encerrando 2016 a R$ 4,36, ante R$ 4,38 na semana anterior. Em 2017, a perspectiva foi mantida em R$ 4,40.

Em relação à taxa básica de juros (Selic), a expectativa é que encerre o ano a 14,25%, mesma previsão da semana passada. Para 2017, o mercado revistou levemente para baixo a projeção, que caiu de 12,75% na semana passada para 12,63% nesta semana.


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