Iniciada em abril de 2012, a política de redução de taxas dos bancos públicos visava forçar o setor privado a reduzir seus juros. A estratégia garantiu ao Banco do Brasil e à Caixa as posições de primeiro e segundo maiores bancos no mercado de crédito.
Desde 2014, os dois bancos já vinham aproximando suas taxas da média do mercado. Mas esse processo se intensificou no ano passado, quando o aumento dos juros ajudou a amplificar o trabalho do BC de controle da inflação.
Além disso, os dois bancos reduziram o ritmo de crescimento das suas carteiras de crédito, para taxas mais próximas das do mercado.
No caso da Caixa, isso foi importante para que o banco não atingisse o limite de empréstimos que seu capital permite fazer, o que poderia exigir nova injeção de recursos, algo difícil num momento em que o Tesouro precisa reequilibrar suas contas.
Controlada 100% pelo governo, ela também começou a recuar de maneira mais efetiva nessa política de impulsionar o crédito quando viu o aumento da inadimplência no crédito ao consumo subir aos maiores níveis desde 2009, o que contribuiu para colocar em discussão a saúde financeira do banco.
*
BANCO PÚBLICO VOLTA A COBRAR JURO DE INSTITUIÇÃO PRIVADA
Taxa média, em % ao mês*
*Taxa média nas operações com pessoas físicas na última semana de cada período