Os governos argentinos e brasileiros fecharão um acordo de livre comércio no setor automotivo "no longo prazo".
O anúncio foi feito na manhã desta quinta-feira (18) após reunião em Buenos Aires entre os ministros Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) e Francisco Cabrera (Produção).
A expectativa do Brasil era de que a liberação total das transações no segmento substituísse o acordo limitado de isenção de impostos que os países têm hoje e que vencerá em 30 de junho.
Atualmente, para cada US$ 1,5 em peças e carros vendidos para a Argentina, o Brasil precisa comprar US$ 1.
Não foi fixada uma data para a conclusão do acordo. A intenção, porém, é que a integração ocorra o mais rápido possível.
"Disse longo prazo no sentido de que se tem que cumprir uma série de condições. Espero que [o prazo] seja o mais curto possível", afirmou o ministro argentino.
"Queremos um horizonte de médio prazo", acrescentou o brasileiro.
O comércio livre dependerá do cumprimento de condições como a integração produtiva.
A tendência é que ela se dê com os países produzindo modelos diferentes. "Um dos mecanismos que têm tido sucesso é o das plataformas especializadas", disse Cabrera.
O acordo poderia ajudar a indústria automotiva brasileira, que sofre com a recessão e registrou queda de 38,8% nas vendas em janeiro de 2016 na comparação com o mesmo mês do ano passado. O número de funcionários recuou 10,2% no mesmo período.
Durante a reunião desta quinta, Monteiro e Cabrera também negociaram medidas para melhorar o comércio entre os países, que registrou sua primeira queda em 2012 e, desde então, já recuou 42%.
Uma comissão bilateral foi criada para promover importações e exportações. O primeiro encontro será na segunda quinzena de março em Brasília.
Os ministros ainda afirmaram que pretendem fechar a troca de ofertas de livre comércio com a União Europeia ainda neste semestre.