Folha de S. Paulo


Preços do petróleo se recuperam; Bolsa sobe mais de 1% e dólar recua

Os preços do petróleo no mercado internacional se recuperam nesta quarta-feira (17), após o tombo da véspera. A alta é alimentada por expectativas de que membros e não membros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) convençam o Irã a participar de um acordo para congelar a produção global da commodity.

No entanto, o Irã afirmou que vai resistir a qualquer plano para limitar sua produção de petróleo.

As conversas em Teerã seguem um acordo alcançado pelo poder dominante na Opep, a Arábia Saudita, e pela Rússia, que não faz parte do grupo, os dois maiores produtores e exportadores, para congelar a produção nos níveis de janeiro se outras grandes nações petroleiras também concordarem.

Em Londres, o petróleo Brent ganha 4,13%, a US$ 33,51 o barril, e, nos EUA, o WTI avança 3,75%, a US$ 30,13.

BOLSAS

Em dia de vencimento dos contratos de opções sobre o Ibovespa e do índice futuro, o principal índice da Bolsa paulista tem alta de 1,68%, aos 41.636,56 pontos. As ações da Petrobras sobem 2,02%, a R$ 4,53 (preferenciais) e 3,17%, a R$ 6,49 (ordinárias).

O avanço do petróleo estimula as Bolsas europeias, que sobem mais de 2%.
Os mercados acionários europeus são impulsionados ainda pela alta das ações do banco francês Crédit Agricole e da mineradora Glencore. A Bolsa de Londres avança 2,01%, Paris (+2,47%), Frankfurt (+2,26%), Madri (+2,27%) e Milão (+2,00%).

Em Nova York, o índice Dow Jones abriu em alta de 0,60% e o Nasdaq, de +0,82%.

Os mercados aguardam ainda a divulgação da ata da última reunião do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA), no fim da tarde.

"A ata da última reunião do Fed será o destaque da agenda macro de hoje. Riscos devem ser ressaltados no documento, mais uma vez. Seguirá baixa a probabilidade de elevação de juros neste ano", escreveram analistas da corretora Guide Investimentos, em relatório.

As ações chinesas subiram novamente nesta quarta-feira para uma nova máxima de três semanas. Enquanto isso, as ações no restante do continente caíram, após duas sessões seguidas de ganhos.

O índice CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, avançou 0,87%, enquanto o índice de Xangai teve alta de 1,1%.

Os índices chineses foram impulsionados pelo setor de infraestrutura, que saltou mais de 2% com o governo revelando planos de investir 400 bilhões de iuanes (US$ 61,42 bilhões) em projetos de infraestrutura.

No Japão, o índice Nikkei recuou 1,36%.

DÓLAR E JUROS

Após a alta de terça-feira (16), o dólar à vista recua 0,40%, a R$ 4,0378, e o dólar comercial perde 0,78%, a R$ 4,0390. A queda da moeda americana ante o real acompanha o movimento em outros mercados emergentes diante do avanço dos preços do petróleo.

A recuperação do combustível alimentava a demanda por ativos de maior risco, especialmente aqueles ligados a commodities, como o real e o peso mexicano.

"O mercado está usando o cenário externo positivo, com a alta do petróleo, para se ajustar um pouco", explicou o operador Marcos Trabbold, da corretora B&T.

Os juros futuros também recuam, com o contrato de DI para janeiro de 2017 em 14,200%, de 14,280% nesta terça-feira; e o contrato de DI para janeiro de 2021 negociado a 15,820%, de 16,020% na véspera.

O movimento no mercado de juros segue a sinalização do Banco Central de que a taxa básica de juros (Selic), atualmente em 14,25% ao ano, não deve sofrer novo aumento tão cedo.


Endereço da página:

Links no texto: