Folha de S. Paulo


Irã diz que vai resistir a corte na produção de petróleo

O Irã afirmou nesta quarta-feira (17) que vai resistir a qualquer plano para limitar sua produção de petróleo, enquanto ministros da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) tentam persuadir o país a se juntar ao primeiro acordo global sobre a commodity em 15 anos.

As conversas em Teerã seguem um acordo alcançado pelo poder dominante na Opep, a Arábia Saudita, e pela Rússia —que não faz parte do grupo—, os dois maiores produtores e exportadores, para congelar a produção nos níveis de janeiro se outras grandes nações petroleiras também concordarem.

Os produtores da Opep no Golfo —Qatar, Kuwait e Emirados Árabes—, assim como a Venezuela, disseram que se juntariam ao pacto, com o objetivo de combater um crescente excesso de oferta e ajudar os preços a se recuperarem de sua mínima em mais de uma década.

Mas o Irã é o maior obstáculo ao primeiro acordo entre países da Opep e não membros desde 2001, uma vez que o país pretende elevar sua produção rapidamente nos próximos meses, procurando retomar a participação no mercado perdida após anos de sanções internacionais.

"Pedir ao Irã para congelar seu nível de produção não tem lógica... quando o Irã estava sob sanções, alguns países elevaram sua produção, e eles causaram a queda nos preços", teria dito o enviado do Irã à Opep, Mehdi Asali, segundo o jornal diário "Shargh".

"Como eles podem esperar que o Irã colabore agora e pague o preço?", questionou. "Nós temos repetidamente dito que o Irã vai elevar sua produção até atingir o nível pré-sanções."

O plano de congelamento até agora falhou em puxar para cima os preços devido às preocupações de que o Irã não deverá participar e de que um acordo possa fazer pouco para aliviar a sobreoferta global, uma vez que ainda permitiria que Rússia e Arábia Saudita continuem produzindo próximo de níveis recordes.

O ministro do Petróleo da Venezuela, Eulogio Del Pino, o seu colega do Iraque, Adel Abdel Mahdi, e o ministro de Energia do Catar, Mohammed Bin Saleh Al-Sada mantêm conversas em Teerã com sua contraparte no país, Bijan Zanganeh.


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