Folha de S. Paulo


É possível adotar medidas econômicas de baixo impacto fiscal, diz secretário

Kin Cheung - 26.mai.10/Associated Press
Funcionários trabalham na linha de produção da Foxcoon, em Shenzhen, na China. A empresa é responsável pela produção dos telefones smartphones da Apple, os iPhones. *** FILE - In this May 26, 2010 file photo, staff members work on the production line at the Foxconn complex in the southern Chinese city of Shenzhen. The company that makes Apple's iPhones suspended production at a factory in China on Monday, Sept. 24, 2012, after a brawl by as many as 2,000 employees at a dormitory injured 40 people. The fight, the cause of which was under investigation, erupted Sunday night at a privately managed dormitory near a Foxconn Technology Group factory in the northern city of Taiyuan, the company and Chinese police said. (AP Photo/Kin Cheung, File)
Funcionários trabalham em fábrica, na China, país que avança em tecnologia

O desafio do Brasil para voltar a crescer em ritmo compatível com o aumento de renda é duplo. O país precisa melhorar a gestão da economia —cortando, por exemplo, gastos públicos— e avançar em medidas e reformas que aumentem sua eficiência.

O problema, dizem especialistas, é que, para retomar a rota do desenvolvimento econômico, o Brasil não pode resolver seus problemas macroeconômicos primeiro para se preocupar com o resto depois. Se não atacar as duas frentes ao mesmo tempo, correrá o risco de ficar de vez para trás na corrida por avanço tecnológico pela qual o mundo passa.

Segundo Jorge Arbache, que assume nesta segunda (15) a assessoria econômica do Ministério do Planejamento, o governo precisa promover pequenas mudanças que reduzam gargalos e estimulem a busca do setor privado por maior produtividade.

"Há medidas regulatórias, por exemplo, de baixo ou nenhum impacto fiscal que podem ser tomadas e que teriam grande efeito sobre a economia", diz o economista, que tem passagem pelo Banco Mundial e, mais recentemente, pelo BNDES.

Arbache diz que sua missão no governo será identificar e sugerir essas medidas.

De acordo com ele, os países emergentes que estão "conseguindo um lugar ao sol" são os que tentam caminhar em direção à fronteira tecnológica. É o caso de nações asiáticas como Malásia, China e Índia.

A receita, dizem especialistas, passa por estimular a inovação. Mas, além disso, é importante aumentar a integração da economia às cadeias de produção mundial, que facilitam o acesso a novas tecnologias.

Segundo Robert Wood, economista da consultoria Economist Intelligence Unit (EIU), países da América Latina, como Colômbia e Chile, que têm economias mais abertas ao comércio mundial, estão mais bem posicionadas do que o Brasil para se beneficiar desse processo.

"Esses países foram atingidos pelo fim do superciclo de commodities, mas, quando esse ajuste terminar, podem retomar crescimento econômico de 3% a 4% ao ano", afirma Wood.

Nações que têm caminhado em direção a um patamar de renda mais alto também têm se destacado por melhorar a qualidade de seu sistema educacional. Esse é o caso tanto de nações asiáticas, como a Coreia do Sul, como de países do Leste Europeu, como a Polônia.


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