Folha de S. Paulo


Petróleo em Nova York atinge o menor preço em 12 anos

O preço do petróleo continuou a sua derrocada nesta quinta-feira (11), com o barril negociado em Nova York atingindo o seu menor valor em 12 anos, após recuo de 5%.

A queda na cotação, que chegou a US$ 26,05, foi consequência de relatório que mostrou que os estoques de óleo em Oklahoma (EUA), um dos mais importantes do mundo, bateram recorde na semana passada.

Já o barril do tipo Brent (referência no mercado internacional) também recuou, mas com menor intensidade: 0,62%, para US$ 30,65.

Para algumas das figuras mais poderosas do setor petroleiro, os preços do combustível não devem se recuperar antes de 2017 –a cotação hoje é metade da que era um ano atrás e um terço da praticada no início de 2014.

Na opinião da Vitol, maior corretora independente de petróleo do planeta, os estoques de petróleo cru continuarão a se acumular, com a desaceleração do consumo na China e nas economias dependentes de commodities.

A corretora, que embarca a cada dia petróleo suficiente para abastecer o Reino Unido, França e Itália combinados, disse que via a demanda mundial caindo a cerca de metade do nível de 2015.

Segundo a AIE (Agência Internacional de Energia), que assessora países industrializados, o excedente de produção de petróleo era maior do que se estimava anteriormente e a recente recuperação de preços era provavelmente "uma falsa alvorada".

Dieter Helm, professor na Universidade de Oxford, afirmou que os produtores deveriam continuar se preparando para a possibilidade de que os preços jamais voltem a ultrapassar o nível de US$ 100 por barril que atingiram no início desta década.

Helm argumentou que o boom no petróleo de xisto betuminoso havia criado um futuro de energia abundante, em longo prazo, em um momento no qual desdobramentos como os carros elétricos provavelmente limitarão a demanda por petróleo.


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