Folha de S. Paulo


Criança deficiente ganha prótese lúdica compatível com Lego

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Protese ludica, que levou o principal premio do forum Netexplo, em Paris. Foto: Reproducao ***DIREITOS RESERVADOS. NÃO PUBLICAR SEM AUTORIZAÇÃO DO DETENTOR DOS DIREITOS AUTORAIS E DE IMAGEM***
Prótese lúdica que levou o principal prêmio da Netexplo

Um mundo com robôs inteligentes e independentes do homem não é mais roteiro de filme de ficção científica. É o que mostram as inovações do fórum Netexplo, um dos principais eventos de criação digital do mundo, realizado nesta semana, em Paris.

"Vemos projetos e protótipos em que robôs, dotados de inteligência artificial, realizam tarefas de forma cada vez mais autônoma", diz Julien Lévy, diretor do centro digital da HEC (Escola de Altos Estudos Comerciais de Paris) e um dos membros do painel de especialistas da Netexplo.

Nesta quarta (10), a comissão julgadora premiou cientistas noruegueses pelo desenvolvimento de um robô equipado de uma impressora 3D capaz de comandar de forma autônoma a impressão de ferramentas para cumprir determinada tarefa.

Outro prêmio foi para um robô microscópico capaz de desentupir artérias cardíacas. A tecnologia utilizada no projeto, comandado pela Universidade Drexler na Filadélfia (EUA), poderá ser utilizada em escala em quatro anos.

Três tendências dominaram o evento: a "independência das máquinas", o crescimento da interação entre biologia e tecnologia e as novas formas de relações sociais possibilitadas pelo avanço tecnológico. Nesta última categoria, um exemplo é o aplicativo sul-africano Aweza, que facilita a comunicação de falantes dos 11 idiomas oficiais da África do Sul.

O principal prêmio ficou com o designer colombiano Carlos Torres, que criou uma "prótese lúdica" para mãos de crianças. O aparelho é compatível com peças de Lego. "As crianças podem se divertir com as próteses, escolher sua cor e seu formato. O aparelho pode servir para manipular um objeto ou virar uma nave espacial de brinquedo", explica Torres.

Para os jurados da Netexplo, a prótese é inovadora por incentivar a criatividade e a independência de crianças com má formação nos membros superiores.

Cerca de 2.000 projetos foram selecionados neste ano. "Ainda temos o domínio de projetos europeus e norte-americanos, mas pretendemos fomentar mais parcerias na América Latina", diz Lévy.


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