Folha de S. Paulo


Indústria de SP cai 11% em 2015 e regride a níveis de produção de 2003

Principal parque fabril brasileiro, a indústria do Estado de São Paulo produziu 11% menos em 2015 em relação ao ano anterior, o pior desempenho pela atual série histórica da pesquisa do IBGE, iniciada em 2003.

O balanço mostra que o volume de produção industrial do Estado regrediu aos níveis de setembro de 2003.

O resultado foi também pior do que a queda da produção industrial brasileira de 8,3% em 2015.

A baixa produção de veículos automotores, reboques e carrocerias foi a que mais pesou em São Paulo, segundo pesquisa divulgada nesta sexta-feira (5) pelo IBGE. O setor registrou queda de 22,6% no ano passado.

Produção industrial regional - Variação acumulada no ano de 2015, em %

Mas os cortes na produção foram disseminados e ocorreram em todos os 18 ramos da indústria acompanhadas pelo IBGE no Estado de São Paulo.

Outros ramos que mais impactaram o resultado geral foram máquinas e equipamentos (-13,8%), produtos alimentícios (-6,2%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-27,9%).

Como o restante do país, o parque fabril paulista sofreu ao longo do ano com a menor demanda por seus produtos e estoques elevados, o que resultou em corte de produção, férias coletivas e demissões de funcionários.

Além de São Paulo, houve queda na produção em 12 dos 15 locais pesquisados pelo IBGE no ano passado.

Entre as maiores variações negativas aparecem Amazonas (-16,8%), Rio Grande do Sul (-11,8%), Ceará (-9,7%) e Paraná (-9,6%).

EM ALTA

Dos 15 locais pesquisados pelo IBGE, os três que tiveram crescimento de produção na indústria no ano passado foram Pará (5,7%), Mato Grosso (4,7%) e Espírito Santo (4,4%), segundo a pesquisa do IBGE.

Pará e Espírito Santo têm em comum a presença de grandes operações de minério de ferro. O setor foi responsável pelo crescimento da indústria extrativa em 3,9% no ano passado. Foi o único ramo da indústria que cresceu.

O desempenho de Mato Grosso, por sua vez, foi impulsionado ao longo do ano por produtos alimentícios (carnes de boi) e pela atividade de refino, que inclui produtos como coque, derivados do petróleo e biocombustíveis.


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