Folha de S. Paulo


PPP de iluminação em SP tem 3 ofertas, e grandes ficam fora

Avener Prado - 1º.dez.2015/Folhapress
Av. 23 de Maio, em São Paulo, iluminada pelas antigas lâmpadas de vapor de sódio
Av. 23 de Maio, em São Paulo, iluminada pelas antigas lâmpadas de vapor de sódio

A PPP (parceria público-privada) para modernizar toda a iluminação pública de São Paulo, contrato que abrange R$ 7,2 bilhões, recebeu apenas três ofertas nesta quarta-feira (3), sem atrair nenhum dos grandes fabricantes do setor. O certame ainda foi suspenso por mais alguns dias devido à desclassificação de um dos concorrentes apresentados.

Duas das propostas envolvem as mesmas empresas que já participam do contrato anterior, que ainda vigora na cidade hoje em dia.

Trata-se da Alumini (que entrou como sócia no consorcio Walks) e da FM Rodrigues (no consórcio FM Rodrigues). A Alumini foi alvo da Operação Lava Jato.

O outro consórcio, do qual faz parte uma concorrente chinesa, a Yaming, foi inabilitado devido a incompatibilidades com o edital, o que levou ao atraso de cinco dias úteis para que apresente recurso contra a inabilitação.

Nomes como Philips e GE, que chegaram a desenvolver estudos avançados após o lançamento do primeiro edital, desembarcaram do projeto, conforme a Folha antecipou na semana passada, devido a uma modificação imposta pela prefeitura após análise do edital realizada pelo TCM no fim de 2015.

A prefeitura optou por extinguir uma de suas garantias, a chamada conta vinculada, administrada por uma instituição financeira e para a qual seriam destinados os recursos pagos pela população pela Cosip (contribuição para o custeio da iluminação pública).

A conta vinculada funcionaria como uma proteção privada ao vencedor da concorrência porque os recursos sairiam dela diretamente para o pagamento dos serviços, ou seja, mesmo em caso de eventual insolvência da prefeitura esse dinheiro não poderia ser usado para outra finalidade que não fosse esse pagamento à empresa contratada.

A prefeitura diz que já tem um fundo para isso, o Fundip (Fundo Municipal de Iluminação Pública), mas advogados do setor afirmam que a vantagem da conta vinculada é que ela poderia ser apresentada como garantia pelo vencedor da concorrência ao banco que emprestará os recursos para o investimento necessário no projeto da iluminação renovada. Sem a garantia, o risco fica maior e os juros do empréstimo também sobem.


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